A Azul Linhas Aéreas, terceira maior companhia do mercado brasileiro, e a Trip, sexta no ranking doméstico, anunciaram oficialmente no dia 28 de maio que assinaram um acordo de associação.
Juntas, Azul e Trip somam 112 aeronaves, 837 voos diários, 316 rotas, 96 cidades atendidas e 15% do mercado doméstico, segundo as companhias.
O fundador da Azul, David Neeleman, será o presidente da nova holding Azul Trip SA, formada pela união das duas empresas.
"Estamos muito felizes, muito animados, para anunciar nossa nova associação, nossa fusão. Tenho grande admiração pela Trip, nossas culturas são muito semelhantes. Tinha um sonho de que um dia este dia poderia acontecer", afirmou Neeleman.
A nova companhia deverá receber as ações da Trip Linhas Aéreas, após as devidas autorizações, e passar a ser controladora de duas empresas independentes - que caminham para uma integração.
Trip ficará com 1/3 do capital
Segundo as empresas, não haverá pagamento de nenhuma das partes, nem aporte ou saída de recursos. "O grupo da Trip, que é formado por algumas empresas, vai passar a deter 1/3 do capital desta nova empresa. Os atuais controladores e acionistas da Azul ficam com 2/3", disse Renan Chieppe, presidente do Conselho de Administração da Trip.
A previsão de faturamento das duas companhias, para 2012, gira em torno de R$ 4,2 bilhões. De acordo com os executivos, até a aprovação do negócio - que precisa passar pelo crivo da Anac e do Cade - as duas empresas continuarão operando de forma independente.
Os executivos acreditam que o Cade deve aprovar o processo de fusão, mas não falam em prazo para a conclusão da transação. "Vamos oferecer baixo custo com alto serviço. A penetração nos mercados médios, de pequena densidade, é um Brasil que continua crescendo para o interior. Este tipo de parceria gera mais competitividade", defende Caprioli.
Empresas descartam demissões
Os executivos refutam a possibilidade de prejuízo no quesito concorrência para o passageiro, em cidades em que Trip e Azul são as duas únicas opções de companhia aérea. "Apenas 15% de nossas rotas são comuns", diz
David Neeleman.
Muitos detalhes ainda não foram definidos - como alimentação e uniforme dos funcionários. "Vamos juntar o que temos de melhor. Criamos um comitê com membros das duas companhias onde as melhores práticas vão ser estudadas. Qual o perfil de comida que o passageiro mais gosta, da Azul ou da Trip? Não vai ter paixão nisso", comentou Caprioli.
Os executivos também negam a possibilidade de haver demissões em razão da fusão das duas companhias. "Você é piloto? Quer trabalhar para Azul Trip? Então, mande seu currículo", brinca David Neeleman. "Nossa vocação é crescer, integrar essas malhas. Estamos descartando demissões pela baixa taxa de pessoas por aeronave", complementa Pedro Janot.
Mercado doméstico
Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesta segunda-feira, a Azul detinha, em abril, 9,94% de participação no mercado do país, fazendo da companhia a terceira maior do setor.
Já a fatia da Trip no mesmo período era de 4,29%. A empresa, no entanto, mostrou avanço em relação aos 2,7% de participação um ano antes - destaque entre as companhias aéreas de menor porte. Desta forma, juntas, Azul e Trip detiveram em abril uma participação de mercado de 14,23% - o que as colocam na terceira posição no mercado doméstico.
A liderança segue sendo disputada entre a TAM e o grupo Gol, que tenta ver aprovada a compra da Webjet. A quarta posição fica com a Avianca, que em abril teve 4,98% do mercado doméstico. (Fonte: G1)