Considerada histórica, a Marcha das Mulheres, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (18), abriu a Cúpula dos Povos e conseguiu reunir mais de 5 mil mulheres e homens que caminharam pelas ruas da região central do Rio de Janeiro exigindo justiça social, igualdade de direitos e respeito. Na pauta específicas de mulheres, também estão a inclusão nos espaços de poder, a legalização do aborto, o fim da mercantilização de seus corpos e do preconceito e descriminação.
Com a participação da CTB e da União Brasileira de Mulheres (UBM), mulheres de todas as partes do Brasil e de diversos países iniciaram por volta das 10h, em frente ao Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, onde se concentram as atividades da Cúpula. Com batucada, gritos, bandeiras, faixas a mobilização terminou no Largo da Carioca, centro do Rio, onde lideranças discursaram no carro de som do evento.
“A marcha é um grito das mulheres na Rio+20 para chamar a atenção das autoridades para que o documento que saia do evento não pense só no equilíbrio do meio ambiente , mas que pense na participação ativa das mulheres nesse processo . Entre as nossas propostas está a inclusão de crédito para que elas possam buscar o desenvolvimento sustentável no campo, na floresta, no campo e nas cidades. Também lutamos pela igualdade na participação política, na segurança alimentar , contra os agrotóxicos”, declarou Raimunda Gomes, a Doquinha , secretária da Mulher Trabalhadora da CTB.
Ela ressaltou ainda que as propostas beneficiam não somente as mulheres, mas o conjunto da sociedade. “Como o espaço da Cúpula não tem tanta influência quanto gostaríamos na Rio+20, queremos que a marcha sirva de alerta que aqui dessas tendas estão saindo propostas ricas que podem enriquecer e contribuir com o documento final que sairá daqui para que tenhamos mais motivos a comemorar nos próximos 20 anos, tendo em vista que o homem e a mulher estão inclusos no meio ambiente”, afirmou.”
Doquinha ressaltou ainda a importância da defesa da igualdade de direitos. "Vamos continuar a nossa marcha pelos direitos da mulher e pela igualdade. Viemos mostrar nossa força e que unidas somos infinitamente mais fortes", disse.
Opinião compartilhada pela secretária de Meio Ambiente da CTB, Socorro Nascimento, que afirma que o desenvolvimento que o país precisa passa pela igualdade. “Não adianta falar em desenvolvimento sustentável sem levar em conta a soberania de cada um dos povos. Nesse contexto cabe incluir o empoderamento das mulheres e, claro, incluir a discussão de temas básicos. Não há desenvolvimento sem acesso à terra e aos recursos hídricos”, destacou a sindicalista.