08/10/2012
Para especialistas, eleição não muda relações de força no Congresso O resultado do primeiro turno das eleições municipais provocará mudanças pontuais na composição das bancadas na Câmara. Com a eleição de 15 deputados para o cargo de prefeito, o PSB foi o partido que mais perderá representatividade: três deputados, uma vez que todos os suplentes são de outros partidos. Com a troca de cadeiras e a posse dos suplentes, o PPS ganhará dois deputados; outros quatro partidos (PSDB, PMDB, PMN e PT) terão mais um deputado cada; PTB, DEM e PRB perderão um representante cada; e PP e PV manterão o mesmo número de deputados. Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, a saída de alguns deputados para se tornarem prefeitos não tem força para alterar as relações de poder no Congresso. “Há uma circulação de nomes, mas, do ponto de vista partidário e até mesmo ideológico, a alteração é pouco significativa, porque o suplente que assume, geralmente, pertence ao mesmo partido ou coligação do parlamentar que saiu, salvo poucas exceções”, completa Queiroz. O cientista político da Universidade de Brasília (UnB) João Paulo Peixoto concorda que as mudanças são pouco representativas. “Isso não altera nada no Congresso; um deputado a mais ou a menos não promove mudança em termos de representatividade. PT e PMDB vão continuar sendo as duas grandes forças no Congresso”, sustenta Peixoto. Segundo o diretor do Diap, o resultado das eleições municipais deste ano está dentro da média histórica de cerca de 20 parlamentares eleitos para prefeituras. “Neste ano, juntando os 15 eleitos em primeiro turno com provavelmente mais 10 de um total de 18 que concorrem em segundo turno, deverá ser mantida a média de 20 a 25 parlamentares eleitos”, diz Queiroz.
Abandono do mandato Conforme o diretor do Diap, a eleição municipal tem muito mais influência na formação de base para a eleição para o Congresso do que o contrário. Por essa razão, muitos acabam concorrendo nos pleitos municipais para reforçar a imagem junto ao eleitorado e conseguir renovar o mandato para Câmara ou Senado daqui a dois anos. “Na minha avaliação, isso não é bom para a democracia e a credibilidade da politica. Acho até que seria uma medida moralizadora estabelecer uma regra para tornar inelegível quem renuncia a um mandato para se candidatar a outro”, argumenta. Peixoto considera que, muitas vezes, as candidaturas levam em conta circunstâncias locais, mas também defende que, em tese, o político eleito deve cumprir todo o mandato. Dos 84 deputados que chegaram à reta final das eleições deste ano, 15 foram eleitos em primeiro turno e 18 vão disputar o segundo, marcado para o próximo dia 28. (Fonte: Agência Câmara)
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