17/06/2009
Lula quer que trabalhador ajude a formar nova ordem econômica O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, em Genebra, que a culpa pela crise e pelo desemprego não pode recair sobre trabalhadores imigrantes , sobretudo os pobres. Lula pediu ainda que sindicatos e trabalhadores tirem vantagem da crise financeira mundial para ajudar a formar uma nova ordem econômica. Segundo Lula, há uma oportunidade excepcional para que os trabalhadores, sindicalistas e líderes comerciais pensem e apresentem propostas que mudem as relações entre os Estados e a sociedade civil. "Temos que aproveitar o momento. Não é esquecer a crise, mas, a partir dela, descobrir o que podemos fazer de novo. A presença de vocês dá força para produzir temas", disse Lula, em um encontro sobre empregos na Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne representantes de governos, empresários e trabalhadores. Para Lula, as variações do ano passado nos preços do petróleo e das commodities ocorreram devido à especulação. Ele voltou a criticar setores do mercado financeiro, que especulam sem produzir. "Alguns tentam transferir o ônus da crise para os mais fracos e é aí que aparece a face oculta e cruel da globalização. Os trabalhadores imigrantes se tornam os bodes expiatórios e a comunidade internacional não pode permitir que isso ocorra", discursou o presidente, sob frequentes aplausos. O G-20, grupo de países ricos e emergentes do qual o Brasil faz parte, pediu à OIT que desenhe políticas para levar o mundo a uma recuperação da crise. A OIT diz que é importante evitar um atraso na criação de postos de trabalho enquanto a economia se recupera, pois o emprego e a renda vão sustentar o consumo que servirá como alicerce para o crescimento sustentável. Lula afirmou que, de O Brasil demonstrou solidariedade aos outros países, legalizando imigrantes ilegais, afirmou Lula. Lembrando que trabalhou em uma fábrica enquanto era adolescente, Lula ressaltou que o Brasil foi o primeiro país das Américas a ratificar uma convenção da ONU contra o trabalho infantil. O presidente também disse que é inaceitável ver mais de 1 bilhão de pessoas no mundo passando por dificuldades para comer, e afirmou que a crise expõe a falsidade das doutrinas neoliberais. Em seu programa semanal de rádio, Lula afirmou que o pior da crise já passou para o Brasil, mas disse que os bancos públicos e privados terão de baixar os juros a fim de aumentar a oferta de crédito à população. (Fonte: Reuters, n\\\'O Globo)
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