Em entrevista para o programa Bom Dia Ministro, transmitido ao vivo via sat�lite para emissoras de r�dio de todo o Brasil, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff analisou, na manh� de quinta-feira (29), o andamento das obras do PAC, que j� totaliza mais de 33% de a��es conclu�das e 58% em ritmo adequado de andamento.

Ela tamb�m abordou o conjunto de medidas do Governo Federal para a Copa de 2014, o Pr�-sal e a crise econ�mica mundial.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista:

Desigualdades
As desigualdades no Pa�s est�o sendo reduzidas de forma muito significativa. Consideramos que uma nova classe m�dia surgiu no governo Lula, vinda daquelas pessoas que estavam em uma situa��o de pobreza.

Ent�o, quase 30 milh�es de pessoas sa�ram de uma situa��o de pobreza e chegaram � condi��o atual, com a classe m�dia sendo a grande majorit�ria no Brasil. Para a gente lembrar, em 2003, algo como 49,4% do Brasil era de classe m�dia. Hoje, temos uma situa��o completamente diferente: quase 53% � classe m�dia. Isso significa que o Pa�s est� numa nova situa��o.

Ele criou um mercado interno poderoso, respons�vel por termos sido o pa�s que por �ltimo entrou na crise e estamos sendo os primeiros a sair dela. O mercado interno funcionou como uma esp�cie de �ncora. Garantindo que n�o se tivesse uma queda no emprego como os Estado Unidos e Europa. O n�mero de empregos est� aumentando. Vamos criar algo como um milh�o de novos empregos em 2009.

Pr�-sal
A Petrobras manteve o investimento de R$174 bilh�es nos pr�ximos cinco anos. E o Pr�-sal est� dentro disso. Ele �, sem sombra de d�vidas, uma enorme riqueza que temos a sete mil metros no fundo do mar, a 300 quil�metros da nossa costa.

Mas a Petrobras e o Pr�-sal podem criar outra riqueza muito grande, que � a do nosso pr�prio trabalho, da nossa ind�stria. Em vez de comprar uma plataforma de US$2 bilh�es na Cor�ia ou em Singapura, produz�-la aqui significa criar empregos, dar oportunidade �s empresas de produzir, gerar riqueza no Brasil.

Em vez de s� ser petr�leo, que voc� tira do fundo do mar, na verdade voc� est� tirando empregos, tirando novas linhas de produ��o, como foi o caso dos estaleiros, que estavam todos mortos. Seremos, sem sombra de d�vida, um dos grandes fornecedores nessa �rea e se tornar refer�ncia internacional nesse segmento.

Copa 2014
Tivemos reuni�es com todos os estados e cidades que ser�o sedes de jogos da Copa do Mundo. Fizemos um levantamento de tr�s �reas.

Primeiro, est�dios de futebol; segundo, todo o problema do transporte urbano nessas cidades, levando as pessoas do aeroporto, porto, ou esta��o ferrovi�ria, para o est�dio e para os hot�is.

Em terceiro lugar, a respeito da situa��o da infraestrutura aeroportu�ria e portu�ria. E ao mesmo tempo analisamos os projetos que as cidades apresentaram.

J� fizemos uma sele��o pr�via e agora vamos fazer a segunda rodada, com os estados e munic�pios. Uma s�rie de projetos, totalizando em torno de R$ 5 bilh�es, ser�o financiados. Estamos fazendo uma avalia��o de todas as obras propostas pelas cidades da Copa.

Em princ�pio, o que estamos definindo � que as obras principais n�o ser�o de metr�, porque o governo federal n�o tem condi��es de financiar tudo. Para a mobilidade urbana estamos privilegiando obras espec�ficas para melhoria do tra�ado urbano das cidades.

Quero destacar que n�o estamos colocando dinheiro s� no PAC mobilidade, mas tamb�m financiando os est�dios. O Conselho Monet�rio Nacional liberou quase R$5 bilh�es para o financiamento de est�dios da Copa, com juros bastante adequados e com teto de R$ 400 milh�es para cada.

Al�m disso, vamos ter que fazer um investimento pesado nos aeroportos.

Obras
N�o podemos parar de construir usinas hidrel�tricas, t�rmicas e e�licas, enfim, todas as fontes, de prefer�ncia renov�veis, para garantir que o Brasil n�o tenha apag�o. As usinas de Santo Ant�nio e Jirau, que s�o grandes usinas hidrel�tricas, v�o produzir, juntas, mais de seis mil megawatts.

E uma linha de transmiss�o, de Porto Velho a Araraquara em S�o Paulo vai carregar e distribuir essa energia pelo sistema interligado brasileiro. No que se refere �s obras de saneamento, � importante analisar como as coisas mudaram no Brasil.

Em 2002, o Brasil investiu R$ 264 milh�es em saneamento - �gua e esgoto tratado. Hoje, no estado de Goi�s, por exemplo, estamos colocando R$ 900 milh�es. E, na capital, em Goi�nia, R$324,9 milh�es. Simplesmente � quase um ter�o a mais do que se aplicava no Brasil em 2002.

Favelas do Rio
Transformar favela em bairro � mais que um desafio, � uma obriga��o do governo. Eu acho que tanto o governo federal como o do estado do Rio e a prefeitura do Rio, com quem temos �tima parceria, est�o na rota certa.

A constru��o do telef�rico no Complexo do Alem�o j� est� transformando a comunidade. L� teremos tamb�m uma unidade policial, centros educacionais e de treinamento de m�o-de-obra. Quando se cria condi��es de infraestrutura urbana e de servi�os para a popula��o, ou seja, quando o Estado se faz presente, reduz-se o crime organizado.

O Governo do presidente Lula tem esse compromisso. Estamos investindo no Complexo do Alem�o, no Pav�o Pav�ozinho, na Rocinha e em Manguinhos. Mas eu acredito que isso n�o basta. Vamos ter que fazer mais ainda.

Crise econ�mica internacional
Eu avalio de uma maneira muito otimista. E acho que n�o sou s� eu n�o. Pelo menos as grandes revistas e jornais internacionais, como o The Economist, o Financial Times, o Le Monde, todos eles reconhecem que o Brasil � um pa�s diferenciado.

E eu acho que conseguimos isso pela pol�tica que o presidente Lula encaminhou para o Pa�s. Tivemos um sucesso extraordin�rio.

Primeiro, nas medidas antic�clicas que tomamos. No passado, quando havia uma crise internacional l� fora o Brasil quebrava e recorria ao Fundo Monet�rio Internacional (FMI) que impunha uma lista de condi��es.

Primeiro, parar de investir. Tudo que n�o fizemos foi parar de investir. Primeiro porque n�o dependemos do FMI mais. Acabamos com essa depend�ncia que era nefasta, porque s� ampliava a crise.

Eles receitavam isso para n�s, mas deste rem�dio eles definitivamente n�o tomavam. Ent�o, passamos a investir. Definimos que a Petrobras manteria seus investimentos.

Passamos 100 bilh�es para o BNDES, fizemos um programa habitacional de magnitude, que � o "Minha Casa, Minha Vida", com o objetivo de construir um milh�o de moradias, e colocamos nossos bancos p�blicos - Banco do Brasil e Caixa Econ�mica - para garantir o cr�dito para as empresas.

No meio da crise reduzimos juros. Hoje o Brasil pode dizer que est�vamos certos: fomos os �ltimos a entrar e somos os primeiros a sair da crise. No ano que vem, vamos fechar esse �ltimo trimestre com uma taxa projetada de crescimento de quase 6%. O Brasil acelerou outra vez. (Fonte: Em Quest�o)