A compra de caminh�es novos por caminhoneiros, tanto microempres�rios como aut�nomos (pessoas f�sicas), est� ajudando a alongar o prazo entre a encomenda e o recebimento do ve�culo, que j� chega a tr�s meses, dependendo do modelo e do fabricante.

Ap�s tr�s anos patinando, o programa Procaminhoneiro, criado pelo BNDES em maio de 2006 para financiar a renova��o da frota dos aut�nomos, disparou nos �ltimos tr�s meses, ap�s o Governo reduzir, em junho, a taxa de juros de 13,5% para 4,5%.

De agosto at� 19 deste m�s, o programa aprovou R$ 381 milh�es em novas opera��es, contra R$ 341 milh�es no ano passado.

"Pela primeira vez na hist�ria o Governo federal conseguiu ter um programa que est� permitindo ao caminhoneiro renovar sua frota", disse Norival de Almeida Silva, presidente do sindicato dos caminhoneiros do estado de S�o Paulo.

Segundo ele, S�o Paulo tem 211 mil caminhoneiros aut�nomos - donos de 264 mil ve�culos - e est� havendo uma corrida na categoria para trocar o equipamento. Entre aqueles que t�m contratos de fretes firmes, a renova��o chega a 90%, de acordo com Silva.

Embora o Procaminhoneiro financie a compra de ve�culos novos e usados, o sindicalista disse que os caminhoneiros est�o preferindo comprar o caminh�o novo e, em muitos casos, ficando tamb�m com o antigo para ajudar a fazer dinheiro para pagar o financiamento.

�dson Moret, gerente de opera��es indiretas do BNDES, confirmou que a participa��o dos usados no total de opera��es aprovadas � pequena.

A redu��o da taxa de juros do BNDES Procaminhoneiro foi anunciada pelo Governo no dia 29 de junho. Al�m de baixar a taxa em 67%, equalizando a diferen�a com recursos da Uni�o, o Governo aumentou de 84 para 96 meses o prazo do financiamento para ve�culos novos.

A linha de cr�dito total para o programa, que era de R$ 1 bilh�o, passou a ser de R$ 1,8 bilh�o. As montadoras est�o pleiteando ao Governo que o prazo de validade das condi��es atuais, limitado a 31 de dezembro, seja prorrogado.

Moret disse que a prorroga��o depende de decis�o de Governo, porque os recursos para equaliza��o saem do Or�amento da Uni�o, mas afirmou que da parte do banco n�o faltar�o recursos, mesmo que as aprova��es possam se aproximar de R$ 1 bilh�o at� o fim do ano.

Atualmente restam R$ 760 milh�es do total da linha a serem contratados, mas Moret avalia que, por se tratar de decis�o interna do banco, n�o haver� problema se for necess�rio ampliar o volume de recursos.

Os n�meros do BNDES mostram que o desempenho da linha foi negativo ao longo dos sete primeiros meses deste ano, com queda de 62,1% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado.

Os dados revelam ainda que o volume maior de recursos vai para as microempresas. Do total do ano passado, R$ 195 milh�es foram para elas e R$ 146 milh�es para as pessoas f�sicas. At� setembro deste ano, de R$ 332 milh�es, as microempresas ficaram com R$ 186 milh�es.

O gerente de vendas e marketing da Ford , Cl�udio Terciano, disse que, gra�as � redu��o dos juros, a empresa est� percebendo forte participa��o do programa Procaminhoneiro nas vendas. Segundo ele, 90% dos atuais financiamentos para caminh�es est�o saindo da Finame, ag�ncia do BNDES para financiar m�quinas e equipamentos nacionais, e desses, 30% s�o do Procaminhoneiro.

Terciano disse que a disponibilidade de financiamento barato est� fazendo com que as vendas de caminh�es estejam alcan�ando o patamar do ano passado.

Segundo ele, at� o dia 25 deste m�s a m�dia di�ria de caminh�es novos acima de 3,5 toneladas emplacados foi de 527 unidades, praticamente igual ao recorde de 530 registrado em setembro do ano passado. (Fonte: Valor Econ�mico)