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08/11/2009
FHC no Congresso do PCdoB, em São Paulo: intelectual morre pela boca

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi muito citado no ato político do 12º Congresso do PCdoB, na última sexta-feira (6). Seu artigo do último domingo recebeu contundentes respostas de Renato Rabelo, Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e outros.

Nestes comentários de um delegado ao Congresso, fica em aberto: FHC cumpriu uma tarefa, de marcar posição, numa hora difícil para a oposição? Ou caiu na tentação de tantos intelectuais, que, como os peixes, morrem pela boca?

Renato, que presidiu o ato na qualidade de presidente do PCdoB, referiu-se ao ex-presidente pelo nome. E usou o artigo Para onde vamos? Como exemplo da "tenaz resistência" das forças reacionárias e conservadoras.

"A oposição de direita se expressa através do poderoso monopólio midiático, em seu genético viés golpista e revanchista. FHC, desesperado, procura dar ares de teórico, para convencer de quem? Cai na vala comum de uma sociologia de araque. Lula serua um \'subperonismo\', \'república sindicaleira\', \'autoritarismo popular\' e outros lugares-comuns da elite reacionária", disse Renato Rabelo aos convidados e delegados.

Para Dilma, "patético"
Dilma Rousseff compareceu como ministra-chefe da Casa Civil, mas foi saudada com um forte coro de "Olê-olê-olê-olá, Dilmá, Dilmá" e foi cumprimentada por Lula como "aquela que será a primeira mulher presidente da República".

Não pronunciou o nome de FHC, mas escolheu a dedo um adjetivo, "patético", para o pronunciamento ex-presidencial.

"Como são incapazes de formular um projeto de nação, o que fazem hoje é fabricar um mundo de mistificação, arrogante, em que seus queixumes e resmungos não conseguem ocultar o excesso de vaidade e a falta de rumo", disse Dilma. "Eles não têm moral para falar de nós", agregou.

Lula foi talvez o mais ferino, também sem mencionar pelo nome seu antecessor.

"Eu compreendo o ódio que isso causa. Um intelectual ficar assistindo um operário que só tem o quarto ano primário ganhar tudo o que ele imaginava que iria ganhar e não ganhou por incompetência é muito difícil", disse ele, para o entusiasmo dos congressistas do PCdoB, reunidos no Palácio das Convenções do Anhembi, na zona norte da capital paulista.

O presidente disse que não tinha a "sapiência dos sociólogos", para concluir. "Tem gente que acha que a inteligência está ligada à quantidade de anos de escolaridade que você teve. Não tem nada mais burro que isso. A universidade te dá conhecimento. Inteligência é outra coisa".

Um artigo, várias interpretações
O artigo "Para onde vamos?", de FHC - que escreve mensalmente para o Estadão e O Globo - preencheu o espaço oposicionista em um momento ingrato para as suas hostes. A economia está bombando.

O grande e cobiçado PMDB senta-se com o PT para acertar os palanques estaduais de Dilma - e enviou ao evento comunista, o governador fluminense, Sérgio Cabral.

Não há na mídia nenhum escândalo contra Lula. Pelo contrário, o STF (Supremo Tribunal Federal) vem de cassar o mandato do senador tucano Expedito Júnior (RO), por compra de votos, e está julgando o senador tucano Eduardo Azeredo (PSDB/MG) por protagonizar o "Mensalão Mineiro" de 1998.

Nesta quadra de vacas magras para o oposicionismo, o texto de FCH, irado, rancoroso, bem distante do seu fair play habitual, suscitou diferentes interpretações.

O veterano jornalista Mauro Santayana chegou a conjecturar se Fernando Henrique não estaria preparando uma nova candidatura presidencial de si próprio.

No Congresso do PCdoB, predominou a impressão de um transbordamento do "desespero" de FHC, como disse Renato Rabelo. Com seu patético chamamento final - " é mais do que tempo de dar um basta ao continuísmo, antes que seja tarde" -, o ex-presidente estaria "fugindo para frente" e funcionando como ponta-direita de uma oposição pouco disposta a afoitezas nas atuais circunstâncias.

Outra interpretação, talvez mais benigna para o amor-próprio ex-presidencial, vê no artigo uma intenção friamente calculada. Com o Governo Lula trafegando em céu de brigadeiro e os oposicionsitas constrangidos à defensiva - a começar pelos presidenciáveis tucanos José Serra e Aécio Neves -, FHC teria se adiantado de caso pensado, em um movimento tático. Todos os adjetivos iracundos seriam então uma escolha cerebral e não um rompante da emoção.

Para onde vão eles afinal?
Mas de fato muitos intelectuais morrem pela boca. Ao classificar o \'lulismo\' de\'subperonismo\', o sociólogo-ex-presidente - que no seu discurso de posse prometera "superar o modelo getulista" - não resistiu a um paralelismo que o entrega.

Relido sob esse prisma, o artigo deixa de cumprir um papel tático para perseguir uma ambição estratégica e programática: reposicionar o PSDB alguns passos à direita no leque político brasileiro, e latino-americano. Até ontem, os tucanos, chamado por alguns "nova direita", evitavam o vínculo explícito com a "velha direita".

O artigo de FHC termina oferecendo os elos perdidos e as pontes ocultas entre as gerações direitistas. Quem se der ao trabalho de cotejar o texto do dia 1º com os artigos de Carlos Lacerda, o Corvo, nos anos 50, há de se espantar com os pontos de contato.

Essa interpretação fornece também uma resposta, dupla, ao título-pergunta de HC, Para onde vamos? Para a direita. E para trás.






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