02/12/2009
Empresários atuam para rejeitar projeto contra demissão imotivada Sob a batuta da CNI, empresários querem derrotar substitutivo de Santiago e aprovar voto em separado do deputado Luiz Carlos Busato (PTB/RS), que é descaradamente empresarial-patronal, portanto contra os trabalhadores Está em discussão na Comissão de Trabalho da Câmara, o projeto de lei complementar (PLP) 8, de 2003, do deputado Maurício Rands (PT/PE), cujo objetivo é regulamentar o inciso I do artigo 7º da Constituição, que protege a relação de emprego contra a despedida arbitrária ou sem justa causa. O projeto original, embora bem intencionado, poderia prejudicar os trabalhadores, já que sua aprovação como estava redigido, revogaria direitos como a multa de 40% sobre o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a estabilidade do cipeiro, a licença-maternidade e também a licença-paternidade. Depois de várias reuniões e consultas o relator, deputado Roberto Santiago (PV/SP) conseguiu construir um substitutivo favorável ao projeto, com a manutenção dos direitos acima citados. Agora, sob a batuta da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os empresários querem derrotar o substitutivo de Santiago e aprovar o voto em separado do deputado Luiz Carlos Busato (PTB/RS), que é descaradamente empresarial-patronal, portanto contra os trabalhadores. Tática empresarial Para isso tem contado com a "anuência militante" do presidente da Comissão, deputado Sabino Castelo Branco (PTB/AM), cuja atuação não é a de um magistrado no colegiado, mas de um parceiro dos empresários contra os trabalhadores. Presença do movimento sindical Os empresários já tentaram por duas vezes colocar em prática a tática de votar a matéria sem a presença do movimento sindical. Atitude que não logrou êxito porque a assessoria parlamentar do DIAP está atenta e tem atuado para que a matéria, em casos assim, seja retirada de pauta. Hoje (2), mais uma vez a CNI tentou articular para derrotar o substitutivo Santiago. Há, inclusive, rumores que haverá reunião extraordinária da Comissão de Trabalho, nesta quinta-feira (3), para rejeitar o substitutivo e aprovar o voto em separado de Busato, elaborado sob a orientação da CNI. Diante dessa tentativa dos empresários para derrotar o projeto, é necessário que o movimento sindical, sobretudo as centrais estejam atentas, a fim de não permitir essa manobra contra os trabalhadores. Ao mesmo tempo em que milita para impor uma derrota aos trabalhadores ao articular a aprovação do voto em separado de Busato, faz outro movimento na mesma direção - contra os trabalhadores. Castelo Branco avocou (chamou para si) a relatoria da mensagem que ratifica a Convenção 158, que trata da demissão imotivada. Mas não fez isso para agilizar o processo; pelo contrário, sua intenção é "sentar" em cima da proposta, a fim de que não seja votada. Este deputado é contra os trabalhadores. (Marcos Verlaine)
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