02/02/2010
Comando da campanha de Dilma à Presidência começa a se definir Está em ritmo acelerado a definição do comando da campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador e terá como principais auxiliares o deputado Antonio Palocci (PT/SP) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. O vice-presidente José Alencar (PRB/MG) vai participar do esforço para unir as forças políticas em torno de Dilma: se for preciso, abrirá mão de uma candidatura natural ao Senado para que PT e PMDB fechem uma aliança em Minas. Está em ritmo acelerado a definição da campanha da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. O presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador da campanha e terá como principais auxiliares o deputado Antonio Palocci (PT/SP) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel. O vice-presidente José Alencar decidiu participar do esforço para unir as forças políticas em torno de Dilma - se for preciso, abrirá mão de uma candidatura natural ao Senado para que PT e PMDB fechem uma aliança em Minas Gerais, onde, na avaliação do Palácio do Planalto, a eleição pode ser decidida. O vice-presidente, que é filiado ao PRB, se engajou no plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter uma candidatura única dos governistas na sucessão presidencial. Em Minas, uma disputa interna no PT e outra entre o PT e o PMDB está colocando em risco a aliança que Lula tenta construir em torno de sua candidata. No PT, Pimentel e o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disputam para ver quem sairá candidato ao governo estadual. Já o PMDB quer o apoio dos petistas para seu pré-candidato - o ministro das Comunicações, Hélio Costa, líder das pesquisas de opinião neste momento. Na semana passada, as executivas nacionais do PT e do PMDB decidiram contratar dois institutos de pesquisa para averiguar a viabilidade eleitoral dos pré-candidatos dos dois partidos. Os institutos vão medir os níveis de popularidade e de rejeição, além do potencial de crescimento. A ideia é que, com base no resultado das pesquisas, os dois partidos definam, conjuntamente, o candidato em Minas. Na cúpula do governo, há simpatizantes à candidatura de Hélio Costa, com o lançamento de Patrus ao Senado e de Pimentel à Câmara. A avaliação é pragmática. O apoio a Costa ajudaria a consolidar o apoio do PMDB do Senado e renderia a Dilma votos num Estado em que o principal chefe político - o governador Aécio Neves, do PSDB - é quase uma unanimidade e vai tentar eleger seu sucessor - o vice-governador Antônio Anastasia. Nos debates internos do governo, o ex-prefeito Fernando Pimentel, que é muito ligado à ministra Dilma, cita, em seu favor, a sua elevada popularidade na capital e o potencial de crescimento no restante do Estado. Lembra, ainda, que Hélio Costa concorreu mais de uma vez ao governo mineiro e nunca levou. "Antes, ele perdia porque era atacado pelo PSDB e pelo PT. Com o apoio do PT, ele pode vencer", pondera um ministro do núcleo decisório em Brasília. Para ajudar a resolver o impasse, o vice-presidente José Alencar estaria disposto, segundo esse ministro, a abrir mão de sua candidatura ao Senado. São duas as opções. Uma é ele se candidatar a uma vaga à Câmara dos Deputados. A outra é ele se lançar ao Senado como primeiro suplente de um dos três contendores. Tanto num caso quanto no outro, Alencar abriria espaço para acomodar a disputa entre Costa, Patrus e Pimentel. No caso da candidatura a suplente de senador, em caso de vitória da ministra Dilma Rousseff, o compromisso é para que um dos três vá para o ministério e o vice-presidente assuma a vaga no Senado. "Para Dilma, a disposição do Zé Alencar em se candidatar, seja à Câmara ou ao Senado, é muito boa. Mostra a união dos partidos aliados", observou um assessor direto do presidente Lula. No Palácio do Planalto, Lula e seus auxiliares trabalham na montagem do núcleo que trabalhará na campanha da ministra Dilma. Enquanto Dutra, Palocci e Pimentel atuarão diretamente na coordenação, na retaguarda, como conselheiros, estarão integrantes do governo como os ministros Franklin Martins (Comunicação Social) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), além de Gilberto Carvalho (chefe de gabinete do presidente). Palocci é visto como peça fundamental para a campanha. "As pessoas o veem como interlocutor do Lula. Ele tem trânsito no empresariado e no mercado financeiro", afiança um auxiliar do presidente. O ex-ministro da Fazenda desistiu de sair candidato ao governo paulista. Vai disputar a reeleição a uma vaga na Câmara. Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente, cuidará da elaboração do programa da ministra Dilma e o jornalista João Santana, do marketing da campanha. Recentemente, Dilma teve uma conversa reservada com o publicitário Duda Mendonça. O encontro provocou mal-estar em Brasília, obrigando o presidente Lula a intervir em favor de Santana. "O João está firme na função. O presidente influencia muito a Dilma e ele é João Santana", definiu um ministro próximo do presidente. "O Duda pode vir a colaborar, mas de maneira eventual." A questão que ainda atormenta Lula é a definição do vice na chapa de Dilma. O sonho de consumo do presidente é ver o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, na chapa presidencial. Na avaliação de Lula, além de ter interlocução "privilegiada" com os setores empresarial e financeiro, Meirelles será o principal defensor do legado de seu governo. Ministros e conselheiros do presidente julgam, no entanto, que politicamente o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB/SP), agrega mais valor à candidatura Dilma. "Temer é o pemedebista que mais traz o partido para a aliança. Ele é a representação institucional do PMDB, uma sigla que não tem nomes nacionais", explica um assessor graduado do Palácio do Planalto. Fonte: Valor Econômico
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