O presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (3) que n�o � prudente "encostar o Ir� na parede", mas sim investir no di�logo para resolver o impasse sobre o programa nuclear de Teer�.

As declara��es foram feitas pouco antes de um encontro de Lula com a secret�ria de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que busca o apoio do Brasil, que ocupa uma cadeira rotativa no Conselho de Seguran�a da ONU, para impor san��es ao Ir� por seu programa nuclear.

"O Brasil mant�m sua posi��o. O Brasil tem uma vis�o clara sobre o Oriente M�dio e sobre o Ir�. O Brasil entende que � poss�vel construir outro rumo. Eu j� disse que para [o presidente americano Barack] Obama, [o l�der franc�s Nicolas] Sarkozy, n�o � prudente encostar o Ir� na parede. O que � prudente � estabelecer negocia��es", disse Lula a jornalistas.

"Eu quero para o Ir� o mesmo que quero para o Brasil: utilizar o desenvolvimento da energia nuclear para fins pac�ficos. Se o Ir� tiver concord�ncia com isso, ter� apoio do Brasil. Se quiser ir al�m disso, o Ir� ir� contra ao que est� previsto na Constitui��o brasileira e, portanto, n�o podemos concordar", acrescentou o presidente.

Lula disse ainda que, por querer "uma conversa franca com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, � importante que "todos saibam" o teor da conversa que ter�o com o Ir�. "Se h� um pa�s que pode dar li��o ao mundo sobre comportamento de paz � o Brasil", afirmou.

O presidente voltou a defender o uso de energia nuclear para fins pac�ficos. "Se o Ir� tiver concord�ncia com isso, o Ir� ter� o apoio do Brasil", afirmou Lula.

Sobre um poss�vel pedido de apoio da secret�ria dos EUA em rela��o ao Ir�, Lula disse que a quest�o deve ser tratada com o chanceler Celso Amorim.

"Primeiro, ela n�o deve pedir a mim, ela deve pedir ao Celso Amorim. Eu estou recebendo a secret�ria Hillary a pedido do companheiro Celso Amorim, mas as negocia��es que ela tem que fazer e os assuntos que ela tem que tratar s�o com o ministro Celso Amorim", disse.

Visita

Hoje no Congresso, Hillary pediu aos presidentes da C�mara e do Senado, Michel Temer (PMDB-SP) e Jos� Sarney (PMDB-AP), ajuda do Brasil para evitar a prolifera��o mundial de armas nucleares. Na conversa, Temer defendeu o di�logo para a solu��o de conflitos internacionais em meio � disposi��o do governo norte-americano em convencer pa�ses latino-americanos a endurecer san��es contra o Ir�.

A secret�ria vai pedir ao presidente Luiz In�cio Lula da Silva para endurecer o tom com o Ir�. Segundo Sarney, a secret�ria expressou o desejo de convencer pa�ses aliados a lutarem contra as armas nucleares.

O presidente da C�mara disse que transmitiu � secret�ria de Estado a "voca��o" pac�fica do povo brasileiro. "Ela registrou que era voca��o do povo americano. Falou do Ir�, mas saiu daqui com a convic��o de que o Brasil tem essa capacidade de dialogar internacionalmente e ajudar na solu��o dos conflitos", afirmou.

Hillary defende que o governo brasileiro apoie o endurecimento das san��es contra o Ir�, para tentar for��-lo a manter o programa nuclear nos limite do uso pac�fico. Na conversa com os parlamentares, segundo Sarney, a secret�ria disse que o governo iraniano tem como objetivo conquistar hegemonia em todo o Oriente M�dio com o seu poder b�lico.