PSB deve declarar apoio � candidatura de Dilma. Durante o an�ncio, foi lida nota afirmando que Ciro � um �administrador vitorioso� que �engrandeceu o debate republicano�. A presidenci�vel quer v�-lo de volta e mais perto

O PSB oficializou, nesta ter�a-feira (27), que Ciro Gomes (CE) n�o ser� candidato � Presid�ncia da Rep�blica. Ap�s reuni�o da Executiva, o partido decidiu n�o indicar candidato pr�prio para a disputa. A legenda avaliou que se enfraqueceria nos estados caso mantivesse a candidatura de Ciro Gomes.

A tend�ncia � que o PSB declare apoio � candidatura de Dilma Rousseff, do PT. Durante o an�ncio, foi lida uma nota afirmando que Ciro � um �administrador vitorioso� que �engrandeceu o debate republicano�.

�Foi quase uma escolha de Sofia. Ou levar � degola v�rios candidatos ao governo e ao Senado ou ter a candidatura pr�pria�, afirmou Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, para quem o apoio a Dilma � o caminho natural da legenda.

Em nota distribu�da � imprensa, o partido afirma que �a Comiss�o Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participa��o do PSB no governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva. � dever das for�as populares contribuir para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano�, diz o documento.

Eduardo Campos afirmou que ele e o vice-presidente do partido, Roberto Amaral, se reunir�o com Ciro ainda nesta ter�a-feira ou amanh� no Rio de Janeiro, onde ele est�, para discutir o futuro pol�tico do deputado.

O presidente da legenda afirmou que falou com Ciro assim que a Executiva tomou a decis�o e que o deputado recebeu a not�cia com tranquilidade. O presidente do PSB disse ter certeza de que Ciro seguir� a orienta��o do partido.

Entre os diret�rios regionais do PSB, apenas sete queriam que o partido apresentasse candidato pr�prio. Na reuni�o de hoje, apenas dois membros da Executiva votaram a favor de lan�ar um candidato.

Nos �ltimos dias, Ciro deu v�rias declara��es pol�micas que refletem seu estilo pessoal mas que ao ganharem ampla repercuss�o contribu�ram para sepultar suas chances de disputar o Pal�cio do Planalto pela terceira vez. Ciro j� havia se candidatado � Presid�ncia em 1998 e 2002, quando ainda era filiado ao PPS.

Tratamento igualit�rio
Eduardo Campos afirmou que o partido se reunir� na pr�xima ter�a-feira (4) com o PT para tratar do apoio da legenda � pr�-candidata petista Dilma Rousseff. Campos marcou a reuni�o com presidente do PT ap�s a decis�o da Executiva.

Na internet, corre a vers�o de que o PSB ir� cobrar uma �fatura alta� do PT em troca da desist�ncia de disputar a Presid�ncia. Mas o presidente do PSB negou que a decis�o de n�o ter candidatura pr�pria esteja vinculada a qualquer contrapartida do PT dentro dos Estados. Segundo Campos n�o h� nenhum acordo sobre as disputas regionais. Campos afirmou que a �nica exig�ncia ser� a n�o discrimina��o de candidatos do partido.

�N�o estamos condicionando a decis�o daqui a qualquer acordo com rela��o aos candidatos a governador [...]. O que n�o vamos aceitar � tratamento com discrimina��o com os candidatos do PSB. O que valer para o candidato do PT vai valer para os candidatos do PSB�, disse Campos.

O PSB quer o apoio do PT em quatro Estados, especialmente no Piau�, onde ter� como candidato ao governo Wilson Martins, no Esp�rito Santo, onde Renato Casagrande ser� o candidato do partido ao governo, na Para�ba, onde a legenda lan�ar� Ricardo Coutinho, e no Amap�, onde a disputa ter� Camilo Capiberibe.

O PSB tamb�m ter� candidatos pr�prios ao governo em pelo menos outros seis Estados: Cear� (Cid Gomes), Rio Grande do Norte (Iber� Ferreira), Pernambuco (Eduardo Campos), Rio Grande do Sul (Beto Albuquerque), Mato Grosso (Mauro Mendes) e em S�o Paulo, com Paulo Skaf.

Neste �ltimo, o PT ainda tenta atrair o apoio dos socialistas para a candidatura do senador Aloizio Mercadante ao governo estadual, oferecendo a vaga de vice a Paulo Skaf. Mas o PSB paulista tem dito que as chances de Skaf ser vice de Mercadante s�o, hoje, as mesmas de Mercadante ser vice de Skaf.

Dilma diz querer Ciro de volta e mais perto
Mais cedo, antes do PSB tomar a decis�o de n�o ter candidatura pr�pria, a pr�-candidata Dilma Rousseff disse querer uma reaproxima��o com Ciro Gomes. Nos �ltimos dias, Ciro deu declara��es que a imprensa repercutiu como sendo cr�ticas � pr�-candidata petista.

�N�o vou responder ao deputado Ciro Gomes. O deputado Ciro Gomes sempre esteve ao nosso lado, espero que ele volte a estar de uma forma mais pr�xima agora�, disse Dilma a jornalistas antes de participar de um evento promovido pelo sindicato dos caminhoneiros. �Para mim, o Ciro sempre foi um apoio�, resumiu.

O chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, seguiu na mesma linha e afirmou que Ciro foi um homem \'leal\' ao presidente, por isso suas palavras n�o foram mal interpretadas pelo Pal�cio do Planalto. �Tudo o que ele falar n�o vai diminuir o nosso respeito e carinho por ele. N�o h� nenhum palanque que vai diminuir o carinho que temos por ele. Consideramos o Ciro muito mais aliado do que muitos que elogiam o governo apenas�, disse.

A ades�o do PSB � pr�-candidatura de Dilma Rousseff � uma grande refor�o para a campanha da ex-ministra da Casa Civil. Al�m de aumentar ainda mais seu tempo de propaganda no r�dio e na TV, o PSB oferecer� boa estrutura nos estados e colocar� sua milit�ncia e dirigentes para pedirem votos para a candidata petista.

A sa�da de Ciro Gomes da corrida presidencial tamb�m refor�a o car�ter plebiscit�rio da disputa, tal como deseja o presidente Lula. Ainda que Marina Silva (PV) tente se apresentar como uma alternativa intermedi�ria, a campanha deve mesmo se concentrar na compara��o dos 8 anos de Fernando Henrique Cardoso no Planalto com os 8 anos do governo Lula.

Leia a �ntegra da nota emitida pelo PSB logo ap�s a reuni�o de sua dire��o executiva:

�A Comiss�o Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro reuniu-se nesta data em sua sede em Bras�lia para avaliar o quadro pol�tico-eleitoral do Pa�s e deliberar, depois de ouvidos os Diret�rios Estaduais, sobre o papel a ser desempenhado pelo PSB na sucess�o presidencial. Decidiu, por maioria de voto, n�o apresentar candidatura pr�pria � Presid�ncia da Rep�blica.

A Comiss�o Executiva Nacional avalia como correta e consequente a participa��o do PSB no governo do presidente Luiz In�cio Lula da Silva. � dever das for�as populares contribu�rem para a continuidade desse projeto, a partir do qual o Brasil retomou o caminho do desenvolvimento soberano, com maior reparti��o de renda e menor exclus�o social.

As elei��es de outubro n�o est�o definidas. A alian�a da oposi��o representa um desafio real aos socialistas e outras for�as populares. O PSB est� pronto para ampliar sua presen�a nos governos estaduais e no Senado, e duplicar sua representa��o na C�mara dos Deputados, reafirmando-se como um partido capaz de liderar, ao lado de outros, o avan�o das mudan�as h� tanto tempo exigido pelo povo brasileiro. Sob tal perspectiva, para o PSB a disputa das elei��es em outubro, em todos os seus n�veis, � um projeto estrat�gico, condicionado, obrigatoriamente, pelos balizamentos da conjuntura.

Ao patrocinar a pr�-candidatura presidencial do deputado federal Ciro Gomes, enxergou o PSB, associadamente a esse projeto estrat�gico, a possibilidade de contribuir para o aprofundamento das mudan�as iniciadas pelo governo do presidente Lula.

De nenhuma forma foram em v�o os esfor�os do PSB e do deputado Ciro Gomes nestes movimentos iniciais da campanha presidencial. Administrador vitorioso em diversos n�veis de governo, homem de ideias e de atos em favor do Pa�s, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano. Com ele, expusemos nossas propostas aos brasileiros, mobilizando a nossa milit�ncia e abrimos novas e concretas vias de crescimento partid�rio. O PSB permanece firme e ativo no processo sucess�rio. Nele, queremos somar, unir e avan�ar, em favor da constru��o de uma na��o � altura das mais leg�timas esperan�as socialistas.

Bras�lia, 27 de abril de 2010.

Comiss�o Executiva Nacional (CEN)