06/05/2010
Movimento sindical comemora reajuste de 7,7% para aposentados MP vai agora ao Senado e já há conversas e articulações para que a medida seja ratificada pelos senadores, independente de posição política - aliados ou oposicionistas. Governo estuda impacto político-eleitoral da matéria em caso de veto. Uma coisa é certa, se vetar terá enorme prejuízo eleitoral Por André Cintra, As entidades sindicais exaltaram o aumento de 7,72% para os aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo. O texto aprovado nesta terça-feira (4), na Câmara dos Deputados, substitui a medida provisória (MP) 475, relatada pelo deputado e líder do Governo, Cândido Vaccarezza (PT/SP) - que previa reajuste de 7%, apenas para 2010. Já na tribuna da Câmara, logo depois da votação, centenas de lideranças ligadas à Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas) iniciaram a comemoração. Na mesma sessão, em votação simbólica, também foi aprovado o fim do fator previdenciário - uma das mais urgentes reivindicações do movimento sindical. Herança maldita do governo FHC, o fator cria mais obstáculos à aposentadoria do trabalhador e reduz benefícios. "Durante mais de um ano, realizamos manifestações em todos os estados brasileiros. Além disso, representantes do segmento de todo o país estão frequentemente em Brasília para pressionar os parlamentares. Eles se conscientizaram - e aí está o resultado, fruto de muito trabalho", declarou o presidente da Cobap, Warley Martins Gonçalles, ao site da entidade. Para Wager Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), "a integridade e a defesa desses projetos significam fazer justiça aos aposentados, pensionistas e trabalhadores da ativa de todo o país. Muitos deles se encontram em situação de penúria após se dedicarem ao desenvolvimento econômico e social do país ao longo de décadas". O presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor, destacou o fim do fator previdenciário como uma "vitória histórica" para os trabalhadores. "A CTB estava certa quando não aceitou o acordo feito entre a CUT, Força Sindical e o governo, os quais apresentaram uma proposta intermediária composta da fórmula 85/95, que apenas maquiava o fim do fator", registrou Guiomar. "A nossa luta agora é intensificar a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para confirmar esta vitória no senado", agregou. "Está mais do que comprovado que condições financeiras existem para pagar o reajuste aos aposentados e pensionistas, tendo-se em conta que, somente no ano passado, as desonerações tributárias representaram mais de R$ 20 bilhões - e o reajuste dos aposentados representará despesas de apenas R$ 1 bilhão". Na Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) - que, além da CTB, foi a única central a apoiar as reivindicações dos aposentados desde o começo - não faltaram motivos para comemoração. "A Nova Central sempre considerou o fator previdenciário como um verdadeiro pesadelo para os trabalhadores e, por isto, lutou, até o fim pela sua extinção. Dessa forma, honramos o compromisso que temos com as nossas bases", declarou o presidente da NCST, José Calixto Ramos. "O fim do fator previdenciário é um vitória de todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil". Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi) da CUT, saudou a extinção do fator previdenciário. "A partir de agora, os trabalhadores poderão se aposentar na época certa e receber valores corretos", declarou. Já Edmundo Benedetti, presidente do Sindiapi da UGT (União Geral dos Trabalhadores), está confiante numa vitória do mesmo reajuste no Senado. "O senador Paulo Paim (PT/RS) esteve aqui no plenário e confirmou que a votação se repetirá no Senado", afirmou. "Está garantido, portanto, o reajuste de 7,71% para os aposentados que recebem acima do salário mínimo".Notícias relacionadas: Sarney: dificilmente Senado vai alterar reajuste a aposentados e pensionistas Câmara aprova fim do fator e 7,7% para aposentados. MPs vão ao Senado
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