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06/05/2010
Base aliada do Governo votou contra fator previdenciário na Câmara

Ano eleitoral deixa Governo na berlinda em votações de matérias no Congresso que tem apelo popular. Aprovação do fim do fator previdenciário na Câmara coloca Planalto numa difícil situação política e orçamentária

A fidelidade ao Governo se relativiza numa votação sensível em ano eleitoral. No caso da emenda que derruba o fator previdenciário a partir de 1º de janeiro de 2010, aprovada nesta terça-feira(4) pelos deputados, nove partidos da base de sustentação do Governo - PCdoB, PDT, PHS, PMN, PTC, PTdoB, PSC, PRB e PSB - votaram unidos pelo fim do redutor de aposentadorias.

Resultado: juntas, as legendas despejaram 79 votos favoráveis à emenda elaborada pelo líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC).

Outras siglas aliadas ao Governo também se comportaram majoritariamente favoráveis à emenda da oposição. O PP, que tinha 31 deputados presentes no momento da votação, contabiliza 25 votos a favor do fim do fator previdenciário.

O PR, com 28 presentes, aparece com 18 votos. O PTB colaborou com 14, dos seus 17 votos no momento. Por fim, o PV só não foi unânime por conta do deputado Sarney Filho (MA). Os outros 12 verdes votaram contra o fator. Juntas, as quatro legendas respondem por 69 votos.

A matéria, que ainda será analisada no Senado, foi aprovada na noite de ontem por 323 votos a favor, 80 contra e duas abstenções.

Até ex-presidente do PT
Maior bancada da Casa, o PMDB também teve um papel decisivo no resultado. Diante da pressão, o líder do partido, Henrique Eduardo Alves (RN), acabou liberando a bancada. Assim, dos 65 deputados presentes à votação, 52 parlamentares voltaram as costas ao Planalto e votaram pelo fim do redutor de aposentadorias.

Dos peemedebistas que votaram contra o fim do fator, estão: Henrique Eduardo Alves (RN); Edgar Moury (PE); Eduardo Cunha (RJ); Geddel Vieira Lima (BA); João Magalhães (MG); Luiz Bittencourt (GO); Marcelo Almeida (PR); Odílio Balbinotti (PR); Osmar Serraglio (PR); Paulo Henrique Lustosa (CE); Pedro Chaves (GO); Wilson Braga (PB). Por sua vez, Silas Brasileiro (PMDB/MG) se absteve.

O PT, que também teve sua bancada liberada, se comportou de maneira oposta à do PMDB. Dos 67 deputados petistas, apenas 24 votaram contra a orientação do Governo, pelo fim do fator previdenciário. Incluindo o ex-presidente do PT, Ricardo Berzoini (PT-SP).
São eles: Angela Portela (RR); Antônio Carlos Biffi (MS); Carlos Santana (RJ); Chico DAngelo (RJ); Cida Diogo (RJ); Décio Lima (SC); Elismar Prado (MG); Emilia Fernandes (RS); Fernando Nascimento (PE); Francisco Praciano (AM); Iran Barbosa (SE); Janete Rocha Pietá (SP); Jorge Bittar (RJ); Jorge Boeira (SC); Leonardo Monteiro (MG); Maurício Rands (PE); Miguel Corrêa (MG); Paulo Pimenta (RS); Pedro Wilson (GO); Pepe Vargas (RS); Reginaldo Lopes (MG); Ricardo Berzoini (SP); Sérgio Barradas Carneiro (BA); e Vicentinho (SP). Por sua vez, o deputado Paulo Delgado (PT/MG) se absteve.

Votos na oposição
Além disso, os partidos de oposição (DEM, PSDB, PPS e PSol) responderam por 99 votos. Contudo, apenas o PPS (com 13 deputados presentes) e o PSol (com 3 deputados) votaram unidos.

Ou seja, também é possível encontrar oposicionistas que votaram com o Governo pela manutenção do fator previdenciário Um fator explica esse comportamento: o fator previdenciário foi criado no Governo Fernando Henrique Cardoso.

Entre os que votaram favoravelmente, estão alguns parlamentares que tiveram papel de destaques como líderes no Governo Fernando Henrique, caso de Arnaldo Madeira (PSDB/SP).

Dos 44 tucanos, seis votaram com o Governo. São eles: Arnaldo Madeira (SP); Carlos Brandão (MA); Emanuel Fernandes (SP); João Almeida (BA); Jutahy Junior (BA); e Walter Feldman (SP).

No DEM, apenas o deputado Félix Mendonça (BA) seguiu a orientação do Governo. Os outros 45 deputados do partido votaram pelo fim do fator. Por sua vez, o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA) não votou porque presidia a sessão no momento dessa votação. (Fonte: Congresso em Foco)






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