O presidente Lula pediu novos c�lculos da arrecada��o para n�o vetar reajuste de 7,7% que beneficia 8,3 milh�es de aposentados, mas vai barrar fim do fator previdenci�rio. Governo pode negociar flexibiliza��o do fator, em discuss�o na C�mara dos Deputados - PL 3.299/08

O presidente Luiz In�cio Lula da Silva pediu � equipe econ�mica para refazer as contas sobre a arrecada��o porque n�o est� disposto a vetar o reajuste de 7,72% para os 8,3 milh�es de aposentados que ganham acima de um sal�rio m�nimo. Lula j� decidiu barrar a emenda que extingue o fator previdenci�rio, mas n�o quer arcar com o �nus pol�tico de um veto duplo no fim de seu mandato e num ano eleitoral.

A equipe econ�mica, por�m, continua pressionando o presidente, sob o argumento de que n�o h� recursos. A alternativa oferecida para resolver o problema � um abono de 6,14% sobre as aposentadorias e pens�es acima de um m�nimo. Na pr�tica, esse grupo j� recebe o valor corrigido desde janeiro.

At� ontem, Lula resistia a optar pelo abono - que n�o � incorporado ao benef�cio - e mandou os t�cnicos fazerem novos c�lculos. "A press�o est� grande, mas ele ainda n�o bateu o martelo. N�o quer vetar o reajuste e acha que ainda pode encontrar uma solu��o", disse ao Estado um auxiliar do presidente.

Pelos c�lculos apresentados a Lula, a diferen�a entre o reajuste de 6,14% e os 7,72% aprovados pelo Congresso provocaria um impacto anual no Or�amento de R$ 1,5 bilh�o.

"N�s at� aceitamos o veto sobre o fim do fator previdenci�rio, criado para desestimular as aposentadorias precoces, mas vamos pedir ao presidente que conceda o reajuste", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que comanda a For�a Sindical. "Um abono � muito pouco, t�o pequeno que parece at� uma esmola para os aposentados".

Sem querer mexer nesse vespeiro, a pr�-candidata do PT � Presid�ncia, Dilma Rousseff, disse que Lula � um homem "com muita sensibilidade" e admitiu que h� defasagem na corre��o das aposentadorias acima de um m�nimo desde outros governos. Ex-ministra da Casa Civil, Dilma ressalvou, no entanto, que o presidente tomar� a decis�o sem comprometer o equil�brio das contas p�blicas.

Em conversas reservadas, Lula n�o escondeu a contrariedade com o Congresso. Disse a ministros que o Legislativo deixou um "abacaxi" para ele descascar. Apesar do discurso para consumo externo de que o preju�zo eleitoral de um veto n�o � t�o grande, ele est� preocupado. Sabe que o corte do reajuste ser� explorado pelo pr�-candidato do PSDB, Jos� Serra, e pode respingar na campanha de Dilma.

As centrais sindicais convidaram o presidente para participar da Confer�ncia Nacional da Classe Trabalhadora, marcada para o dia 1.�, no Est�dio do Pacaembu, em S�o Paulo. Previsto para reunir representantes de 5 mil sindicatos, o ato foi planejado sob medida para aprovar as propostas que as centrais entregar�o aos pr�-candidatos � Presid�ncia.

Lula ainda n�o confirmou presen�a na confer�ncia. Com receio das multas aplicadas pela Justi�a Eleitoral, que v� campanha antecipada para Dilma, ele agora avalia com cuidado a conveni�ncia de comparecer a esse tipo de manifesta��o. Al�m disso, confidenciou a interlocutores que s� ir� se n�o tiver vetado o reajuste de 7,72%.