Cinco centrais sindicais - CUT, For�a Sindical, CTB, Nova Central e CGTB - preparam plataforma pol�tico-eleitoral para ser aprovada em 1� de junho, durante a 1� Confer�ncia Nacional da Classe Trabalhadora, no Est�dio do Pacaembu, em S�o Paulo.

O esbo�o do documento cont�m mais de 270 diretrizes. Entre elas, o direito irrestrito de greve, inclusive para servidores p�blicos, a descriminaliza��o do aborto e de atos dos movimentos sociais e de luta pela terra, e a amplia��o da tributa��o direta sobre propriedade, lucros e ganhos de capital.

A expectativa � de que a "Agenda da classe trabalhadora" seja aprovada por dezenas de milhares de sindicalistas e ativistas por aclama��o, e que cada central apresente seu posicionamento para as elei��es deste ano - o "manifesto pol�tico" das centrais est� guardado a sete chaves, ainda sob discuss�o. De acordo com o secret�rio-geral da For�a Sindical, Jos� Carlos Gon�alves, o Juruna, o documento n�o vai manifestar apoio aberto a Dilma.

- � um documento forte, de posicionamento pol�tico. Mas sem declara��o ou manifesta��o de apoio a qualquer candidato. As diretrizes ser�o discutidas, mas devem ser aprovadas por aclama��o. As propostas v�m da base, ser� uma vota��o simb�lica.

Dividido em seis eixos estrat�gicos, o documento prev� a participa��o dos sindicatos em quase todas as esferas de governo, como nas ag�ncias reguladoras, nas empresas estatais, no Conselho Monet�rio Nacional (CMN) e no Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom, respons�vel pela defini��o da taxas de juros b�sica).

O texto do documento incorpora metas ambiciosas como "promover uma nova ordem econ�mica, monet�ria e pol�tica mundial" at� pontos mais pac�ficos como a erradica��o do trabalho escravo, ou mais populares como os preparativos para a Copa de 2014 e as Olimp�adas de 2016.

Entre os pontos mais pol�micos, est�o a descriminaliza��o do aborto e revoga��o de atos que criminalizam "movimentos sociais e de luta pela terra" - uma refer�ncia ao MST. Al�m disso, pedem o limite m�ximo de propriedade de terra em 35 m�dulos fiscais. A �rea do m�dulo fiscal varia de acordo com o munic�pio. Na regi�o da Amaz�nia, por exemplo, 15 m�dulos fiscais s�o cerca de 1.140 hectares.

- Esse � um dos principais pontos, que une a agenda com a plataforma da Coordena��o dos Movimentos Sociais (CMS), que faz sua pr�pria assembleia dia 31, reunindo CUT, UNE e MST e outros movimentos sociais - disse Antonio Carlos Spis, l�der da CUT.

Esse grupo defende a inclus�o de mais propostas como o fim das patentes de rem�dios e a democratiza��o dos meios de comunica��o, para desmontar a "a��o manipuladora dos monop�lios da m�dia".

Os sindicalistas pedem ainda a redu��o da jornada de trabalho para 40 horas e o direito irrestrito de greve, inclusive no servi�o p�blico - hoje, cada categoria deve manter um percentual de servidores trabalhando durante a paralisa��o.

Nos cap�tulos sobre reformas, as reivindica��es s�o a implanta��o do imposto sobre grandes fortunas, a desonera��o da cesta b�sica, aumento dos impostos sobre propriedade e lucros, especialmente no mercado financeiro, e a revis�o das al�quotas do Imposto de Renda. (Com O Globo)