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19/06/2010
Centrais querem derrubada de fórmula (fator) que reduz aposentadoria

O que aconteceu e continua a acontecer, é que a aplicação do fator chega a reduzir em até 40% o valor da aposentadoria do trabalhador. No caso da mulher o redutor é maior. É por isso que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) classifica o fator como "mecanismo perverso".

íderes das principais centrais sindicais do país estão articulando para a próxima semana uma reunião, em São Paulo, com o objetivo de formular uma proposta unificada em favor da eliminação do fator previdenciário. O entendimento dos sindicalistas é de que o Governo terá que negociar uma regra alternativa para manter o veto do presidente Lula à proposta do Congresso que extinguia o fator previdenciário.

A fórmula foi criada em 1999, no primeiro ano do segundo mandato do presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, para inibir aposentadorias precoces e, assim, controlar gastos na Previdência Social.

O que aconteceu e continua acontecendo, de fato, é que a aplicação do fator previdenciário chega a reduzir em 40% o valor da aposentadoria do trabalhador. É por isso que a Central Única dos Trabalhadores (CUT) classifica o fator como "mecanismo perverso".
Se as centrais produzirem a proposta unificada, seu passo será sugerir ao Governo a criação de uma comissão que reúna, além das duas partes, aposentados e empresários.
No encontro da próxima semana, os dirigentes sindicais devem se deter mais uma vez na análise da fórmula 80/90. Esse modelo garante aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição for igual a 80, para mulher, e 90, para homem. Em agosto do ano passado, as centrais e o Governo chegaram a acordar a instituição dessa fórmula com outros números - 85/95 - e o deputado Pepe Vargas (PT/RS) a incluiu num projeto de lei.
Para o deputado Paulinho da Força (PDT/SP), "a 80/90 pode não ser a ideal, mas é uma solução melhor do que a 85/95 e melhor também do que o próprio fator previdenciário".


Contribuição dos negros para o futebol é tema de mostra em SP    
23/06/2010

No momento em que o mundo concentra atenções na África por conta da Copa – a primeira sediada nesse continente –, a contribuição dos negros para o futebol do Brasil ganha espaço com a exposição “De Arthur Friedenreich a Edson Arantes do Nascimento. O negro no futebol brasileiro”. Inaugurada neste fim de semana no Museu Afro Brasil, em São Paulo, a mostra reúne imagens, esculturas, objetos, textos e filmes.

Baseada em peças publicadas pela imprensa brasileira a partir de 1920 até a Copa de 1970, exibe obras como os desenhos do artista Miecio Caffé, feitos para o jornal "A Gazeta Esportiva", e do caricaturista Lan, trechos de filmes de Carlos Niemeyer e do cinegrafista Primo Carbonari, esculturas de Humberto Cozzo, tela de Aldemir Martins e, de Madalena Schwatz, o “Retrato de Pelé”, de 1982, além de poesias e músicas relativas ao tema.

Com uma média de 15 mil visitantes por mês, o museu também recorda, nesta exibição, outros grandes jogadores nacionais como Domingos da Guia, Leônidas da Silva, Didi, Canhoteiro e Zózimo.

Para o curador-diretor do museu, Emanoel Araújo, o Mundial tem sido positivo para que a cultura africana seja difundida, mas ainda há muito a ser conquistado neste sentido. “Sem dúvida, a Copa informa mais sobre o continente africano, mas o Brasil ainda tem uma atitude preconceituosa. O que sobrará destes jogos será o fato de terem sido lá”, analisa.

Araújo também demonstra insatisfação com o futebol apresentado nos campos sul-africanos: “Tenho visto um futebol frágil, fraco, sem grandes criadores. Não se vê alegria nos jogadores.” Para ele, a culpa pode ser atribuída aos clubes. “As rígidas normas de conduta tornaram o futebol chato”, aponta.

Todos os africanos estão torcendo pelo Brasil

O presidente do Centro Cultural Africano no Brasil, Otunba Adenkule, presente à abertura da exposição do Museu Afro Brasil, tem uma visão mais otimista da Copa do Mundo africana. “Todos poderão perceber a importância da África na economia mundial, já que somos um dos maiores consumidores”, ressalta.

“A Copa também desmistifica outras áreas, como a saúde e a questão da AIDS. Pararam de falar da parte negativa e têm divulgado a nossa cultura”, considera Adenkule, que é nigeriano.

“O futebol une o mundo sem diferenciação de classe social, e esta Copa vem mostrar aos nossos irmãos que eles devem se orgulhar de pertencer ao continente africano”, diz.

Há 18 anos no Brasil – para onde veio realizar um trabalho social pela Universidade de São Paulo –, Adenkule lembra que mais de 50% da população do Brasil é afrodescendente e cita a Lei nº 10.639. Lançada em 2003, a lei federal estabelece a obrigatoriedade do ensino de cultura africana e afrobrasileira nas escolas públicas e privadas do país.

Ainda sobre a Copa, ele garante que, caso as seleções africanas não se classifiquem para as próximas fases, a torcida brasileira será reforçada. “Todos os africanos estão torcendo pelo Brasil. Nos identificamos muito mais com os brasileiros do que com qualquer nação da Europa”, observa.

Já as atuações das equipes do Mundial, de modo geral, não o agradam: “Estão todas travadas. O futebol vem mudando muito, precisa de criatividade e inteligência. Hoje, o desempenho individual é que faz a diferença.”

O centro cultural que Adenkule preside abriga museu, biblioteca, sala multimídia e aulas de línguas e danças, e está localizado na Rua Anhanguera, 551/553, na Barra Funda, capital paulista.

Serviço

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Parque do Ibirapuera
Tel. 5579-0593 / www.museuafrobrasil.com.br
Aberto de terça a domingo, das 10h às 17h
Entrada gratuita







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