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01/07/2010
Centrais sindicais recusam proposta do Governo e pedem mínimo maior

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2011, senador Tião Viana (PT/AC), recebeu, na tarde desta quarta-feira (30), apoio de sindicalistas para sua proposta de reajustar o salário mínimo, em janeiro próximo, com base na inflação passada mais o crescimento médio da economia em 2009 e 2008.

Com base nesse critério, o valor do mínimo passaria dos atuais R$ 510 para R$ 550.

O Governo quer manter a regra pela qual o reajuste levaria em conta a inflação do ano anterior acrescida da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Mantida a intenção do governo, não haveria aumento real do salário mínimo em 2011 - pois a economia teve queda de 0,2% em 2009.

Por essa regra, o mínimo ficaria em cerca de R$ 535 a partir de janeiro.

"O Governo não concorda em mudar a regra. Então, vamos na semana que vem para o voto, na Comissão de Orçamento. A minha proposta corre risco de ser derrotada", alertou Tião Viana aos sindicalistas, em seu gabinete.

Estiveram no encontro representantes de praticamente todas as centrais sindicais, além de sindicatos e associações de aposentados.

"Temos de aproveitar o crescimento da economia para melhorar o salário mínimo. Não é hora de parar. O próprio Banco Central diz que o Brasil vai crescer neste ano mais de 7% e, então, há margem para aumentar o salário em mais de 10%", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), o Paulinho da Força Sindical. Ele foi apoiado por representantes das outras entidades.

Os sindicalistas decidiram procurar os deputados e senadores da Comissão de Orçamento para defender a aprovação da proposta de Tião Viana. Para o presidente interino da Força Sindical, Miguel Torres, "a hora de lutar é agora", quando o Congresso discute e vota as leis do orçamento. "Depois das eleições, ficará mais difícil".

"Depois, a gente luta mais à frente para aumentar ainda mais o percentual e repassar o valor aos aposentados do INSS que ganham mais que o salário mínimo", disse Edmundo Benedetti Filho, representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores (UGT).

A regra que o projeto de LDO relatado por Tião Viana muda vigorou por quatro anos. Para chegar ao percentual de reajuste proposto pelo senador do PT, é preciso somar as variações do PIB de 2008 (5,1%) e de 2009 (-0,2%), obtendo-se o percentual de 4,9%.

Dividindo 4,9% por dois, chega-se à média de 2,45% - que deva ser somada à inflação de 2010, estimada em cerca de 5%. Aplicando-se 7,45% sobre o valor atual do salário mínimo de R$ 510, obtém-se o valor de R$ 547,95. (Com Agência Senado)






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