De um lado, o movimento Nossa S�o Paulo, criado por Oded Grajew, um dos precursores do lulismo empresarial. Do outro, empres�rios como Israel Klabin, acionista da empresa de papel e celulose que leva seu nome, com proximidade de longa data dos projetos do PSDB. No eixo desse arco de empres�rios, pontifica Guilherme Leal, um dos s�cios controladores da Natura, um ex-eleitor dos presidentes Luiz In�cio Lula da Silva (2002) e Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998).

Leal tanto participou do Conselho Nacional de Seguran�a Alimentar (Consea) na gest�o Lula quanto fez doa��o de R$ 100 mil � campanha presidencial de Geraldo Alckmin em 2006.

A senadora Marina Silva tem a mais aberta participa��o empresarial da disputa presidencial. "Tem um arco muito diversificado de empres�rios", diz Ricardo Young, ex-presidente do Instituto Ethos, outra organiza��o de empres�rios em prol do desenvolvimento sustent�vel, e candidato ao Senado por S�o Paulo na chapa do ex-deputado F�bio Feldman ao governo do Estado.

Dono da rede de idiomas Y�zigi, Young disputar� pela primeira vez um cargo eletivo. O empres�rio filiou-se ao PV em setembro junto com Leal e Roberto Klabin, diretor da Klabin e presidente da ONG SOS Mata Atl�ntica e com outros empres�rios, como Fernando Garnero, presidente da Brasilinvest. Milita ainda no movimento Nossa S�o Paulo ao lado de Oded, ex-assessor especial do presidente Luiz In�cio Lula da Silva no in�cio do governo.

Guilherme Leal acredita que a participa��o de empres�rios � decorrente das caracter�sticas de uma campanha com maior envolvimento da sociedade civil, mas diz que o engajamento � contido: "Empres�rio n�o sai em pra�a p�blica para fazer candidatura de ningu�m."

A candidatura Marina foi gestada em encontros de um grupo de empres�rios chamado "Brasil com S", conta Young. Quando deixou o Minist�rio do Meio Ambiente no governo Lula, em 2008, Marina foi convidada a participar das reuni�es.

"O movimento foi congelado a partir do momento em que ela tomou a decis�o de sair como candidata", disse. O "Brasil com S" contava com empres�rios ligados ao desenvolvimento sustent�vel vindos do Instituto Ethos, Cebeds, Instituto S�cio Ambiental e WWF.

As reuni�es tomaram corpo e chegaram a ter 60 empres�rios de grandes empresas. Hoje, Marina tem apoio de empres�rios de diversos segmentos vindos desde a constru��o civil e papel e celulose, at� o agroneg�cio e a ind�stria de a��car e �lcool.

"Ela trouxe ao movimento a defini��o de sua candidatura. Foi decidido que a candidatura ajudaria a expandir as ideias sobre desenvolvimento sustent�vel", conta. O engajamento partid�rio dos empres�rios veio junto. "Minha candidatura � resultado desse processo. Quando o Guilherme Leal decidiu ir para o Partido Verde, decidimos que n�o deveria ser um ato isolado", diz Young.

Para o comando financeiro da campanha de Marina foi escolhido o executivo Alvaro de Souza por indica��o de Guilherme Leal, de quem � amigo desde os tempos de escola, em Santos, no litoral paulista. Ex-presidente do Citibank, Souza licenciou-se recentemente do conselho de diversas empresas, como Gol e AmBev, e da presid�ncia da ONG WWF Brasil. Souza tamb�m presidiu a C�mara Americana de Com�rcio.

Ap�s a indica��o de Souza, a campanha de Marina ganhou interesse de mais empresas. Al�m dos bancos que costumam fazer doa��es eleitorais aos principais concorrentes, grandes e pequenas empresas t�m procurado a coordena��o da campanha. A expectativa do comit� � de que as grandes empresas doem mais a Marina do que costumam fazer em outras elei��es para candidatos que permaneciam na terceira coloca��o durante a maior parte da disputa.

O PV n�o vai especificar os nomes dos doadores antes do prazo legal, indo contra a iniciativa de Fernando Gabeira de 2008. Hoje candidato ao governo estadual do Rio pelo PV, Gabeira abriu as doa��es na internet durante sua campanha eleitoral para a prefeitura do Rio.

Segundo as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os partidos t�m a obriga��o de informar os nomes de doadores e candidatos beneficiados somente ap�s as elei��es. At� l�, o PV apenas ir� informar quanto arrecadou com empresas e com pessoas f�sicas.

A campanha do PV tem limite de R$ 90 milh�es, quantia que pode ser considerada alta a uma candidatura em terceiro lugar nas pesquisas e sem coliga��o.

"Os grandes bancos e as grandes empresa v�o dar mais para o favorito e igual para os outros dois candidatos. A candidata tem aura de ser do bem", diz uma lideran�a da campanha. No n�cleo empresarial da campanha, est�, al�m de Roberto Klabin, o dono da Caloi, Edson Musa.

A candidatura conta com a ades�o de integrantes das fam�lias controladoras do Ita�, a soci�loga Maria Alice Setubal e a pedagoga Ana Lucia Villela, dirigentes de ONGs e longe dos neg�cios do banco.