� enorme a probabilidade de a elei��o presidencial terminar no primeiro turno. � a opini�o dos dois mais respeitados institutos de pesquisa de opini�o do pa�s: Vox Populi e Instituto Sensus.

Ontem o Instituto Vox Populi soltou sua pesquisa, mostrando vantagem de Dilma Rousseff de 40 a 35% para Jos� Serra. Mas, computando os votos �teis, Dilma salta para 48%, a 2 pontos da vit�ria no primeiro turno.

20% ainda n�o se decidiram e a tend�ncia majorit�ria ser� por Dilma. Segundo Jo�o Francisco Meira, do Vox, as tend�ncias majorit�rias nessas elei��es s�o as seguintes:

1. As pessoas sentem que sua situa��o melhorou e n�o consideram que haja rela��o com o Governo FHC. Ambos - Lula e FHC - garantiram a estabilidade, mas apenas Lula - segundo essa percep��o - garantiu a melhora de vida.

2. As pessoas sentem que, al�m de sua vida ter melhorado, o Governo � bom. Tanto que 80% o consideram �timo ou bom.

3. H� a convic��o de que Dilma representa continuidade.

4. Al�m da desvantagem, o PSDB n�o ter� tempo de TV a mais, para tentar reverter o jogo.

A esses fatores devem ser acrescentados os seguidos erros de condu��o da campanha do candidato Jos� Serra.

O erro mais not�vel foi a escolha de �lvaro Dias, do Paran�, para candidato a vice - provocando uma crise insan�vel com o DEM.

Para Ricardo Guedes, do Sensus, s� h� uma explica��o para essa imprud�ncia: a percep��o, na campanha de Serra, de que o PSDB poder� perder o sul - fato in�dito em campanhas eleitorais. A t�tica n�o seria mais a de angariar apoios - o que ocorreria com um candidato do nordeste - mas a de preservar a regi�o.

O Sensus montou para v�rios clientes v�rios de discuss�o em S�o Paulo, Santa Catarina e Paran�. Nesses grupos, as pessoas s�o convidadas a dar nota de 0 a 10 aos candidatos tanto no in�cio quanto no final das discuss�es. Em todos os grupos se observou tend�ncia de crescimento de Dilma e de queda de Serra.

A explica��o de Guedes � que ocorreu uma antecipa��o da campanha presidencial. � como se o primeiro turno tivesse terminado agora, diz ele. Nesse per�odo houve exposi��o dos dois candidatos na m�dia, debates, curr�culos e argumentos colocados, acusa��es, dossi�s. Tudo o que poderia ocorrer no primeiro turno ocorreu agora.

Em Minas Gerais e S�o Paulo, a verdadeira campanha come�a agora, diz ele. No Brasil, n�o.

Submetidos a ataques intensos meses atr�s - quando identificaram a possibilidade de vit�ria de Dilma, quando Serra ainda ostentava imensa maioria -, ambos os institutos saem da refrega com a reputa��o consolidada.

Para Jo�o Francisco, da Vox, o que diferenciou as an�lises foi o maior conhecimento hist�rico e pol�tico. Outros institutos limitavam-se a pegar n�meros do dia e projetar, ou analisar tend�ncias hist�ricas sem que o Brasil tivesse conjunto de elei��es suficiente para permitir extrapola��es - da redemocratiza��o para c� foram apenas quatro campanhas.