A decis�o do Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) de reduzir de 0,75 para 0,50 ponto porcentual o ritmo de alta do juro b�sico (Selic) tem levado bancos e consultorias a refazer as contas para a taxa no restante de 2010.

Ontem, o Santander, que tem a �rea econ�mica comandada pelo ex-diretor do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman, reduziu sua estimativa para a Selic em dezembro de 12,75% para 10,75% ao ano. Ou seja, o banco deu por encerrado o ciclo de eleva��es no ano.

Segunda-feira (2), o Departamento de Economia do Bradesco, comandado por Octavio de Barros, anunciou que tamb�m n�o espera mais altas do juro no curto prazo. O banco divulgou uma nota de tr�s p�ginas elogiando o BC por ter reajustado a Selic em 0,50 ponto, em vez de 0,75 ponto, na reuni�o do Copom realizada nos dias 20 e 21 de julho.

O segundo maior banco privado do Pa�s foi uma das poucas institui��es do mercado financeiro que apostavam em 0,50 ponto. O time comandado por Barros alterou sua proje��o na v�spera do in�cio da reuni�o do Copom. At� ent�o, os economistas acreditavam em uma alta de 0,75 ponto.

"A combina��o da desacelera��o global e dom�stica com uma r�pida queda da infla��o no Brasil e no mundo nos �ltimos meses � poderosa o suficiente para justificar uma mudan�a no ritmo de eleva��o dos juros, sem que o BC tenha que, para isso, comunicar previamente", afirmou o texto desta segunda-feira (2), citando justamente uma das maiores cr�ticas � autoridade monet�ria, a falta de comunica��o antes do encontro.

Rapidez. Apesar do movimento, a diminui��o do ritmo de altas da Selic ainda causa discuss�es. Alguns analistas argumentam que o cen�rio econ�mico n�o mudou tanto como afirma o BC. � o caso do economista Affonso Celso Pastore, que presidiu o BC entre 1983 e 1985.

Em um relat�rio divulgado na semana passada, Pastore afirmou que n�o via raz�es para o Copom alterar t�o rapidamente sua opini�o.

"Em princ�pio, em qualquer trajet�ria de desacelera��o, pode haver movimentos transit�rios e movimentos permanentes", argumentou. "O que estamos assistindo ao longo do segundo trimestre de 2010 � uma queda transitoriamente abaixo da tend�ncia, que se segue a uma eleva��o transitoriamente acima da tend�ncia ocorrida no primeiro trimestre do ano."