Mas um outro olhar - de preocupa��o - precisa ser lan�ado sobre esta quest�o. A movimenta��o dos oposicionistas faz sentido. A disputa pelas cadeiras no Congresso Nacional �, sobretudo, uma disputa pela governabilidade.

Portanto, se a oposi��o - que j� n�o tem muitas esperan�as com a disputa presidencial -realmente priorizar a batalha pelo Senado, os partidos aliados de Dilma devem ficar atentos para travar o bom combate nesta esfera.

Assim, a elei��o de 2010 tende a ficar cada vez mais "estadualizada", sem perder o foco no projeto nacional, mas refor�ando a disputa em estados importantes onde a oposi��o ainda demonstra for�a eleitoral expressiva.

Para o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), este � o problema pol�tico colocado de agora em diante. "Com 50% do eleitorado e nenhuma for�a ascendente diante da qual tenha de se mobilizar, Dilma e Lula t�m agora, antecipada, a tarefa de lan�ar as bases de sustenta��o pol�tica de seu governo.

E esta base passa, de um lado, pelo esclarecimento da popula��o de que vem a� uma etapa mais profunda de transforma��o como, tamb�m, pela op��o preferencial pelos que podem dar sustenta��o pol�tica a ela. As campanhas ao Senado, reconhecidamente um dos maiores obst�culos que Lula teve de enfrentar, ser�o as primeiras a sentir o afluxo que lhes vir� desta necessidade", diz o deputado em seu blog.

Norte e Nordeste s�o esperan�as da oposi��o
A possibilidade de a oposi��o perder vagas no Senado � concreta nos sete principais redutos eleitorais do Brasil e no Distrito Federal, mas oferece resist�ncia no Nordeste e no Norte, regi�es que ainda podem salvar expoentes que se tornaram alvos preferenciais da estrat�gia articulada pela campanha aliada e particularmente desejada pelo Lula para assegurar maioria na Casa num eventual governo Dilma.

Lula est� empenhado na composi��o por ter enfrentado, em quase oito anos, oposi��o de 45 dos 81 senadores.

Segundo pesquisa realizada na semana passada pelo Datafolha em sete estados (SP, MG, RJ, PE, BA, RS e PR) e no Distrito Federal, a bancada de PSDB e DEM cairia � metade (de seis para tr�s) se a elei��o fosse hoje.

Entre as unidades da Federa��o pesquisadas, apenas em Minas Gerais dois aliados do presidenci�vel Jos� Serra (PSDB) lideram a disputa - o ex-governador A�cio Neves (PSDB), com 68%, e o ex-presidente da Rep�blica Itamar Franco (PPS), com 47%. O petista Fernando Pimentel est� em terceiro, com 20%.

Candidatos aliados de Dilma Rousseff (PT) lideram a disputa por uma vaga no Senado em seis dos sete estados pesquisados, al�m do Distrito Federal. A coliga��o da candidata elegeria de nove a 12 senadores. Por sua vez, a alian�a de Serra emplacaria de quatro a seis de seus candidatos.

Entre os principais opositores que est�o na mira da campanha dilmista figuram o l�der do PSDB no Senado, Arhur Virg�lio Neto (AM), que corre s�rio risco de perder a cadeira no Senado para a deputada comunista Vanessa Grazziotin (PCdoB). E o l�der do DEM no Senado, Jos� Agripino Maia (RN), que trava uma disputa acirrada com Garibaldi Alves (PMDB) e Wilma Farias (PSB).

S�o tamb�m alvos preferenciais de Lula os senadores Her�clito Fortes (DEM-PI) e Tasso Jereissati (PSDB-CE). � ainda miss�o do governo tentar dificultar a reelei��o dos senadores Marco Maciel (DEM-PE) e Dem�stenes Torres (DEM-GO). E impedir a elei��o do peemedebista pr�-Serra de SP, Orestes Qu�rcia, e do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM).

Democracia
Para se armar na batalha pelas vagas do legislativo, a oposi��o j� come�a a mostrar com qual discurso pretende disputar estas cadeiras: o discurso do "medo", atormentando os eleitores com a hipot�tica e absurda hip�tese de risco � democracia.

Cesar Maia � um dos que tentam garantir uma vaga para a direita no Senado e j� est�o em campo dando declara��es neste sentido. No informativo que envia por e-mail aos assinantes de seu "ex-blog", o ex-prefeito do Rio "alerta" que uma maioria governista na C�mara e no Senado levaria o Brasil ao risco de instala��o do "chavismo" no pa�s.

A Venezuela sempre � citada pela direita brasileira como "mau exemplo" pois ap�s a elei��o de Ch�vez para a Presid�ncia daquele pa�s, a direita venezuelana n�o conseguiu mais retomar o poder pol�tico e econ�mico.

Pupilo de Cesar Maia, o candidato a vice-presidente de Serra, deputado �ndio da Costa (DEM-RJ), tamb�m repetiu os argumentos do cacique demista. Mas foi prontamente recha�ado pelos aliados de Dilma.

O ministro da Comunica��o Social, Franklin Martins, criticou veementemente as declara��es do deputado. "Ele n�o � �ndio. � uma besta", disse o ministro sobre o deputado, que nesta segunda-feira declarou em entrevista ao iG que Dilma vai implantar uma "nova ditadura" no Pa�s se sair vitoriosa das urnas em outubro.

O coment�rio de Franklin foi feito esta noite em S�o Bernardo do Campo (Grande S�o Paulo), durante a inaugura��o da TVT - TV dos Trabalhadores, vinculada ao Sindicato dos Metal�rgicos e � CUT.

Tamb�m presente no evento, o prefeito de Osasco, Em�dio de Souza, comentou as declara��es de Indio dizendo tratar-se da estrat�gia de "espalhar o medo" durante a campanha.

"A estrat�gia do medo j� foi vencida pelo presidente Lula e vai permanecer. Isso mostra a mediocridade do vice que Serra escolheu, completamente despreparado e med�ocre", enfatizou o prefeito, lembrando ainda que, por sua hist�ria, a candidata petista � fortemente ligada � quest�o democr�tica: "Algu�m que sofreu a ditadura, como Dilma, tem apego total pela democracia".