Uma decis�o do Tribunal Superior do Trabalho (TST) vem provocando mudan�a nas empresas, a Justi�a quer acabar com o preconceito contra funcion�rios que s�o dependentes de �lcool. Para o tribunal, o alcoolismo cr�nico � uma doen�a.

Trabalhadores dependentes desse tipo de subst�ncia n�o podem ser demitidos por justa causa. Mas o funcion�rio precisa aceitar o apoio para deixar o v�cio.

Um senhor cansou de brigar com o patr�o, chegar atrasado e faltar ao trabalho. "Se eu bebesse na quarta, na quinta- feira eu j� n�o trabalhava", conta o dependente do �lcool.

Ele perdeu as contas de quantas vezes foi demitido. "Fui taxado como pregui�oso, principalmente. Porque o meu servi�o n�o rendia tanto quanto o dos outros", completa o homem.

N�o era pregui�a. E sim uma doen�a classificada como S�ndrome de Depend�ncia do �lcool pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS).

Decis�o do TST
Alcoolismo n�o � mais motivo de demiss�o por justa causa. Essa tem sido a avalia��o do TST. Para os ministros, os funcion�rios nesses casos devem ser protegidos porque n�o t�m controle sobre os pr�prios atos.

A Justi�a quer tratamento e n�o puni��o. "O empregador constatando que seu empregado � dependente do �lcool, dependente qu�mico, que o encaminhe imediatamente � Previd�ncia Social para que possa se afastar do trabalho e se submeter ao tratamento necess�rio � sua pronta reabilita��o", explica o ministro do TST, Lelio Corr�a.

No Congresso, um projeto prev� mudan�as na lei trabalhista, mas com restri��es, se um funcion�rio se recusar a fazer o tratamento poder� ser demitido por justa causa.

"Ele precisa de tratamento, ent�o isso � muito bem-vindo. Agora, esse entendimento n�o pode ser confundido com um consentimento. De repente mudaram as regras no Brasil para que a pessoa se embriague e v� para o trabalho", diz o psiquiatra Emmanuel Fortes.

Para o alco�latra entrevistado ser� mais uma seguran�a para as pessoas que t�m problema com �lcool e que s�o perseguidas, discriminadas: "Ent�o, parece que a lei pode at� ajudar nisso".