O portal Carta Maior iniciou, nesta quarta-feira (6), a publica��o de uma s�rie de artigos do economista Jos� Prata Ara�jo, comparando os governos Lula e FHC.
Ele apresenta n�meros e resultados procurando diferenciar os dois projetos que v�o �s urnas em 31 de outubro, o de Dilma e Lula frente ao dos tucanos Serra e FHC.
O DIAP reproduz abaixo o primeiro artigo da s�rie.

Gera��o de emprego: Lula 15 milh�es x FHC 5 milh�es
Por Jos� Prata Ara�jo*
O indicador do mercado de trabalho formal mais amplo � a Rela��o Anual de Informa��es Sociais - Rais. Os dados da RAIS s�o divulgados anualmente, representam cerca de 97% do mercado de trabalho formal brasileiro e s�o aproximadamente 6,9 milh�es de empresas declarantes.

De forma diferente do Caged, que se restringe ao trabalho celetista, a Rais tamb�m recolhe dados dos estatut�rios, dos trabalhadores regidos por contratos tempor�rios e dos empregados avulsos.
Os dados da Rais [sobre gera��o de empregos] indicam que sob Lula, at� o final de 2010, ser�o criados 15 milh�es de empregos formais em oito anos, uma m�dia de 1.877.954 empregos por ano. J� sob FHC, os n�meros foram bem mais baixos: 5.016.672 vagas em oito anos, com uma m�dia de 627.084 contrata��es anuais.

Assim, a m�dia anual de gera��o de empregos com Lula pela Rais foi cerca de tr�s vezes maior que no governo FHC. Os tucanos sempre desacreditaram a meta de 10 milh�es de empregos, fixada por Lula em 2002. O petista acabou alcan�ando 15 milh�es de novos empregos de carteira assinada e os 10 milh�es viraram a diferen�a para mais em rela��o ao governo FHC.
Como explicar tamanha disparidade na gera��o de empregos formais entre os governos Lula e FHC? As teorias dos tucanos e de seus aliados s�o ris�veis. Veja o que disse o economista Edward Amadeo:
"O emprego com carteira assinada cresceu como n�o fazia desde a d�cada de 1970. Quem imagina que isso se deva ao aumento da taxa de crescimento econ�mico pode estar enganado. Foi o aumento no crescimento econ�mico, ou a redu��o da incerteza com um Lula prudente, que fez as empresas sentirem-se � vontade para contratar mais trabalhadores com carteira? Um bom debate. (...) Enfim, a redu��o da infla��o e o arquivamento da pol�tica econ�mica do PT fez muito bem ao pa�s" (Valor Econ�mico, 26/12/2007).

Ora, se prud�ncia e a confian�a dos empres�rios gerasse empregos, FHC, e n�o Lula, seria o campe�o na gera��o de empregos formais.
H� ainda aqueles, como o economista Naercio Menezes Filho, que creditam �s reformas neoliberais a maior gera��o de empregos:
"Por que ser� que nas d�cadas de 1980 e 1990 o crescimento econ�mico n�o gerou empregos? Como este foi um per�odo de infla��o alta e crescente, economia fechada, m�o de obra n�o qualificada e custos trabalhistas elevados, as firmas evitavam contratar formalmente a todo custo, adotando uma postura defensiva no mercado de trabalho".

E segue: "A partir de meados da d�cada de 1990, com a infla��o controlada e as reformas liberalizantes da economia, o mercado de trabalho passou a funcionar de forma mais flu�da, n�o sem antes passar por um duro per�odo de ajuste at� 1999" (Valor Econ�mico, 15/5/2009).

O emprego formal no Brasil vem crescendo de forma consistente no governo Lula e n�o � por causa das reformas neoliberais, como afirmam os tucanos. Com Lula, a economia acelerou o seu crescimento, o que explica em parte a cria��o de milh�es de empregos formais.

O forte impulso da distribui��o de renda e do mercado interno de massas, onde se sobressaem empresas fortemente geradoras de m�o de obra sejam pequenas, micros, m�dias e at� mesmo grandes empresas, tamb�m contribui.
O governo Lula tem como diretriz o trabalho de carteira assinada, seguida pela fiscaliza��o do Minist�rio do Trabalho, ao contr�rio de FHC que estimulava as empresas a adotarem novas formas de contrata��o, visando reduzir o que chamavam de "custo Brasil". Com Lula, os sindicatos foram valorizados, ao contr�rio de FHC que tinha como objetivo impor-lhes uma dura derrota.
O Brasil [est�] entre dois caminhos: continuar com Dilma e Lula, com mais desenvolvimento econ�mico, mercado interno de massas, mais distribui��o de renda, mais e melhores empregos formais. O outro caminho, representado por Serra e FHC, j� � conhecido dos brasileiros: baixo crescimento, privatiza��es, poucos empregos e flexibiliza��o da CLT e da carteira assinada.

(*) Economista mineiro, autor dos livros "O Brasil de Lula e o de FHC" e "Guia dos direitos sociais"