É preciso criar condições para que os trabalhadores mais experientes, com mais de 45 anos, continuarem no mercado de trabalho.
Foi o que sugeriram, nesta terça-feira (24), os debatedores ouvidos em audiência pública da Subcomissão Permanente em Defesa do Emprego e da Previdência Social, criada no âmbito da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).
Jefferson Luiz Faria Soares, representante do Grupo de Estudos dos Trabalhadores Experientes, afirmou que a contratação de pessoas com mais de 45 anos até tem aumentado, mas, em geral, para subempregos - "como caixas de supermercados" - e com salários "ridículos". "Isso é exploração de mão-de-obra barata", assinalou Jefferson Soares.
Outra solução para resolver o problema de recolocação dos desempregados de mais idade no mercado de trabalho tem sido, segundo Jefferson Soares, estimular o empreendedorismo. Para ele, porém, essa solução não é a mais adequada, pois "quem não tem vocação para empreendedor desde pequeno, não vai conseguir".
O coordenador nacional interino do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST), Lourenço Ferreira do Prado, disse que têm sido comuns as demissões de profissionais mais experientes, que já conquistaram um salário maior, que são trocados por trabalhadores mais jovens e sem experiência, com salários mais baixos. E afirmou que muitas dessas vagas têm sido preenchidas por trabalhadores estrangeiros.
"Isso tem provocado uma verdadeira corrida por visto de passaporte, situação que tem atormentado o povo brasileiro. Como um país em desenvolvimento, temos necessidade de manter esse emprego aqui e estimular nossas empresas a contratar brasileiros", opinou o coordenador do FST.
Contratações acima da média
O aumento de contratações de trabalhadores com mais de 50 anos nos últimos anos foi confirmado por Rodolfo Peres Torelly, diretor do Departamento de Emprego e Salário do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo ele, nessa faixa etária, as contratações têm ficado acima da média anual, que é, conforme declarou, de 7%. "Tivemos um crescimento de emprego de 10,3% para essa faixa etária em 2010" garante ele.
Os dados foram confirmados pela diretora de qualificação do MTE, Ana Paula Silva, para quem esse número é resultado de uma política nacional de qualificação criada pelo ministério para vários setores específicos, principalmente para a construção civil, área com maior demanda nacional.
O Ministério do Trabalho é comprometidíssimo com as causas do trabalhador e tem dado apoio incondicional para fortalecer o acesso de pessoas com mais de 45 anos ao mercado de trabalho, bem como garantir a estabilidade delas no emprego" assegurou Ana Paula Silva. (Fonte: Agência Senado)
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