As centrais sindicais - Força Sindical, da CGTB, da UGT e da Nova Central - participaram na última segunda-feira (6), de reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na qual as entidades deram um passo importante no intuito de fortalecer seu Pacto pelo Desenvolvimento, ao definirem que ao longo do primeiro semestre deste ano serão realizados atos em todas as regiões do país em defesa do emprego e contra a desindustrialização.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião foi positiva, já que a Fiesp e seus empresários se mostraram dispostos a se colocarem ao lado dos trabalhadores na defesa por mudanças à política macroeconômica. "O setor industrial brasileiro precisa ser fortalecido. A atual política impede que isso aconteça e afeta diretamente a classe trabalhadora", disse o dirigente.
Wagner Gomes destaca que, obviamente, existem diversas diferenças entre determinadas políticas das centrais sindicais e do empresariado, mas neste momento há também algumas causas que os unem.
"Há alguns consensos que serão levados por nós para o debate nas ruas, no Congresso Nacional e junto ao governo federal. O declínio da indústria nos coloca em uma situação complicada, não apenas do ponto de vista econômico, mas também sob o aspecto social", afirmou.
Para o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o momento é de superar divergências com o empresariado. "A crise vai acabar chegando aqui. Muitos setores, como o de vestuário, já estão demitindo", destacou. Ricardo Patah, presidente da UGT, cobrou uma análise mais profunda do atual cenário.
"Tivemos uma série de conquistas com Lula e sem dúvida o Brasil melhorou, mas não podemos ver apenas a superfície, já que ainda há muitas coisas erradas no país", disse. Por sua vez, Ubiraci Dantas, presidente da CGTB, foi direto ao ponto: "A pedra de toque é trabalharmos por mudanças na política macroeconômica e mostrar para o governo o que estamos sentindo".
Manifesto e mobilização
Durante a reunião, confirmou-se a necessidade de elaboração de um manifesto político sobre o tema da desindustrialização, do desenvolvimento e da defesa do emprego.
Além disso, Paulo Skaf, presidente da Fiesp, propôs que as centrais e os empresários se reúnam com o vice-presidente Michel Temer e o ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para apresentar-lhes o conteúdo de suas reivindicações. O encontro deve ocorrer na próxima semana.
Ainda em fevereiro, as centrais e os empresários devem realizar uma grande plenária, com a presença da imprensa, para que as datas de mobilizações e o manifesto sejam divulgados.
"A militância da CTB estará nas ruas em cada uma das mobilizações. Nossa Direção e nossos filiados têm a clara convicção de que o Brasil precisa de um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho. Sem uma indústria forte, esse projeto vai por água abaixo e perderemos uma oportunidade histórica para o país. Este momento é decisivo e é por isso que o primeiro semestre deste ano será de muita luta", destacou Wagner Gomes. (Fonte: Portal CTB)