11/03/2012
Conjuntura econômica: taxa inflacionária cai acentuadamente, diz Dieese O principal grupo responsável pela inflação foi o da Saúde (1,40%), com contribuição da ordem de 0,19 pp. na taxa deste mês. Aqueles que colaboraram para uma menor taxa foram Transporte (-0,26%) e Alimentação (-0,16%), que, juntos, contribuíram com -0,09 pp. no cálculo do índice. Na Saúde (1,40%), a alta se deu no subgrupo da assistência médica (1,74%), resultado dos reajustes praticados pelos seguros e convênios médicos (1,92%) e pelas consultas médicas (1,16%). Os medicamentos e produtos farmacêuticos (0,02%) pouco alteraram seus valores. O aumento na Despesa Pessoal (0,43%) ocorreu no subgrupo da higiene e beleza (0,80%), uma vez que o item fumo e acessórios (-0,02%) apresentou pequena deflação. Quanto ao grupo Equipamentos Domésticos (0,17%), todos seus subgrupos tiveram taxas pequenas, porém positivas: móveis (0,37%), rouparia (0,31%), utensílios domésticos (0,06%) e eletrodomésticos (0,04%). Quanto à queda no grupo Transporte (-0,26%), esta se deve à deflação no subgrupo individual (-0,64%), consequência da queda nos combustíveis (-1,23%), tanto no álcool (-3,67%) como na gasolina (-0,29%). A taxa positiva no subgrupo coletivo (0,55%) deve-se ao reajuste, a partir da 2ª semana de fevereiro, dos seguintes serviços: trem (2,59%), metrô (2,66%) e ônibus intermunicipal (4,49%). As taxas dos subgrupos da Alimentação (-0,16%) foram: produtos in natura e semielaborados (-0,46%), produtos da indústria alimentícia (-0,17%) e alimentação fora do domicílio (0,50%). Nos produtos in natura e semielaborados, a desagregação de seus itens revela os seguintes comportamentos: • Peixes e frutos do mar (11,01%) - com acentuado aumento no camarão (16,96%); • Hortaliças (6,86%) - com subida de todos os produtos; • Grãos (3,05%) - com alta no feijão (9,09%) e queda no arroz (-0,39%); • Raízes e tubérculos (1,35%) - com aumento na cebola (11,46%) e taxas relativamente pequenas nos demais bens; • Aves e ovos (-2,20%) - com queda nas aves (-2,98%) e alta nos ovos (1,51%); • Carnes (-3,19%) - queda em ambos os itens: bovina (-3,27%) e suína (-1,38%); e • Legumes (-8,39%) - com acentuada queda no tomate (-17,22%). No subgrupo da indústria da alimentação (-0,17%), os valores apresentaram grande estabilidade, porém, chama atenção a queda no açúcar, de -5,90%. Na alimentação fora do domicílio (0,50%), os reajustes foram semelhantes em seus itens: refeição principal (0,49%) e lanches (0,52%). Índices por estrato de renda Resultados da inflação nas taxas por estrato As contribuições dos aumentos na Saúde no cálculo da inflação tiveram origem no subgrupo da assistência médica, vindo a afetar mais as famílias de maiores rendas. Seus impactos foram crescentes com o poder aquisitivo: 1º estrato (0,12 pp.), 2º estrato (0,16 pp.) e 3º estrato (0,23 pp.). A queda no Transporte, proveniente da diminuição nos preços dos combustíveis, beneficiou mais as famílias pertencentes ao 2º estrato (-0,02 pp.) e 3º estrato (-0,06 pp.). As do 1º estrato (0,02 pp.) tiveram contribuição positiva, resultado da alta no transporte coletivo. A queda no grupo Alimentação resultou em baixa no cálculo das taxas do 1º (-0,13 pp.) e 2º (-0,11 pp.) estrato de renda. Já no 3º (-0,01 pp.), houve pouca alteração. Inflação acumulada Comportamento dos preços neste 1º bimestre de 2012 Domésticos (-0,32%) e Transporte (-0,42%) Na Saúde, a assistência médica (2,85%) foi o subgrupo com maior reajuste, notadamente nos seguros e convênios (3,19%) e nas consultas médicas (1,67%). Estes reajustes preocupam, uma vez que, costuma-se observar alterações em seus valores durante todos os meses do ano. Na Alimentação (0,44%), nota-se que esta teria sido menor caso o subgrupo da alimentação fora do domicílio (1,73%) não tivesse pressionado a taxa deste mês. Os demais subgrupos pouco alteraram seus valores: produtos in natura e semielaborados (0,09%) e bens da indústria alimentícia (0,13%). A taxa negativa do Transporte (-0,42%) deve-se ao subgrupo individual (-1,06%), resultado da queda nos combustíveis (-1,85%). O que pode ocorrer nos próximos meses é um maior aumento dos serviços de transporte coletivo (0,97%), em virtude, principalmente, do reajuste da tarifa do ônibus municipal. Comportamento dos preços nos últimos 12 meses No grupo Saúde (8,76%), as taxas de seus subgrupos foram distintas: maior para a assistência médica (9,90%) e menor para os medicamentos e produtos farmacêuticos (4,19%). Os itens que mais subiram foram: internação hospitalar (20,80%), seguros e convênios (10,37%) e consultas médicas (7,88%). A taxa anual no grupo da Educação e Leitura (8,20%) foi agravada pelos reajustes nos subgrupos educação (8,24%) e leitura (7,46%). Na educação, as maiores variações foram detectadas nos livros didáticos (9,19%), cursos formais (8,55%) e cursos diversos (7,64%). Na leitura, o aumento se deu nos jornais e revistas (8,06%). Na Alimentação (6,38%), as taxas de seus subgrupos foram elevadas na alimentação fora do domicílio (8,74%) e nos bens da indústria alimentícia (6,69%); os produtos in natura e semielaborados (5,01%) subiram menos que o ICV de 5,83%. O grupo Habitação (6,05%) não apresentou diferenças acentuadas em seus subgrupos: locação, impostos e condomínio (7,32%), operação do domicílio (5,17%) e conservação (6,91%). Porém, as taxas de seus itens foram distintas, variando entre 4,61% no material de construção até 12,46%, para os serviços domésticos. Embora as taxas dos demais grupos tenham sido pequenas ou mesmo negativas, seus subgrupos acusaram comportamentos distintos, ou seja, com reajustes entre -5,17%, para os eletrodomésticos, até 8,20%, para o subgrupo higiene e beleza. Análise das séries anualizadas A observação da série Geral sugere que há quatro períodos com diferentes níveis de preço, a saber: • 1º - de jan/10 a out/10, ocasião em que sua taxa situa-se em torno de 5,50%; • 2º - de nov/10 a mar/11, quando altera o nível geral de preços para taxas da ordem de 6,50%; • 3º - abr/11 a set/11 as taxas ultrapassam a barreira de 7,00% e atingem o pico da série em set/11 com 7,45%; e • 4º - out/11 a fev/12, com taxas anuais declinantes, quando fecha a série com 5,83%, patamar similar ao 1º período. O grupo Alimentação responde com 29,48% na composição do índice Geral, portanto, alterações em seus preços necessariamente refletem na inflação total. A observação dos 26 meses aponta que, em apenas quatro, a taxa dos alimentos ficou ligeiramente inferior à Geral. Ambas as séries obedecem à mesma tendência, porém em níveis distintos, os alimentos em patamares bem superiores, principalmente no período compreendido entre nov/10 a set/11, com diferenças de até 5,32 pp. em janeiro de 2011. Os motivos apontados por esta ocasião foram encontrados nas altas acentuadas do feijão e das carnes ocorridas ao longo de 2010. No último período (out/11 até fev/12), as tendências de ambas as séries são declinantes, sendo mais acentuada na dos alimentos. Quanto à série do Transporte, que pesa 15,32%, as variações de preços no início de 2010 ficaram semelhantes ao índice geral, exceto nos três primeiros meses, ocasião em que superaram na inflação. A partir de set/10 cai acentuadamente até fev/11, quando salta para o patamar de 6,82% em mar/11 e atinge seu ponto máximo em abr/11 (11,55%). As causas encontradas por esta ocasião foram os reajustes nos preços dos combustíveis com altas exorbitantes. Apesar das taxas elevadas, a partir de mai/11 elas apresentam tendência de forte queda, fechando a série em fev/11 com taxa de 3,38%. A Saúde pesa na composição do ICV 13,85%, suas variações, ao longo da série, oscilam acentuadamente em relação ao patamar inflacionário. No período entre jan/10 (4,99%) até jul/10 (8,22%), sua tendência é de alta. O inverso ocorre a partir de ago/10 (7,27%), com taxas declinantes, quando se atinge o menor valor em mar/11 (3,18%). Novamente, há um movimento de alta com o maior percentual em fev/12 (8,76%). As taxas menores observadas na Saúde, sob certo aspecto, amortizaram a alta inflacionária com origem nos grupos Alimentação e Transporte. Os gastos na Educação respondem com 8,19% no cálculo do ICV, suas variações são relativamente sazonais, com altas mais acentuadas no início de cada ano, seguidas de certa estabilidade em sua série. Suas taxas, que estavam entre 5,30% (nov/10) e 6,32% (ago/11) ao longo destes dois anos, nestes dois primeiros meses de 2012 sobem para um patamar bem superior e atinge seu ponto máximo em jan/12 de 8,36%. Por fim, a Habitação, que pesa 22,81% no cálculo da inflação, teve suas taxas até abr/11 próximas ao ICV, ou seja, com valores em torno de 6%. Deste mês em diante, a série apresenta taxas declinantes até o final de 2011, quando atinge seu mínimo em dez/11 (4,40%); este comportamento pode ser atribuído às poucas alterações nas tarifas públicas. Neste início de 2012, observa-se nova alta que tem como origem o reajuste dos serviços domésticos. A observação destas séries permite afirmar que altas na Alimentação e no Transporte foram as grandes responsáveis pelas alterações no ICV, contaminando os demais grupos que compõe este índice, os quais justificam seus reajustes pelo patamar inflacionário vigente. (Fonte: Dieese)
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