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15/01/2015 - Thiago Schwinke Vidal
As lições de Obama à oposição brasileira

Do ponto de vista da política interna norte-americana, ela representa um alívio para a administração Obama, que há meses amarga péssimos níveis de avaliação entre a opinião pública. Eleitoralmente, é, sem dúvida, uma “carta na manga” para que os democratas consigam frear a crescente onda de adesão de latinos ao Partido Republicano.
 
Thiago Schwinke Vidal*
 
A reaproximação entre Estados Unidos e Cuba anunciada quarta-feira (17) pelo presidente Barack Obama, já entra para a história como um dos maiores acordos diplomáticos dos últimos 50 anos. Do ponto de vista da política interna norte-americana, ela representa um alívio para a administração Obama, que há meses amarga péssimos níveis de avaliação entre a opinião pública. Eleitoralmente, é, sem dúvida, uma “carta na manga” para que os democratas consigam frear a crescente onda de adesão de latinos ao Partido Republicano.
 
Os EUA sabem que o regime político que vigora em Cuba tem prazo de validade e por isso o país não pode ser desprezado. Além de um mercado consumidor de cerca de 11 milhões de indivíduos, o potencial da economia cubana pode ser verificado em números recentes: apenas este ano, Cuba importou cerca de US$ 14,778 bilhões, tendo exportado outros US$ 5,587 bilhões. Geograficamente, a ilha caribenha está situada em região estrategicamente importante: atualmente, as exportações oriundas do Caribe — excetuando Cuba — chegam a US$ 23.323 bilhões e as importações, a US$ 37.720 bilhões.
 
Ocorre que o anúncio desta quarta não representa um soco apenas no estômago de conservadores como Marco Rubio e Ted Cruz, hoje os representantes mais notáveis da direita latina norte-americana. É, igualmente, um desalento para a oposição brasileira, que há pouco menos de dois meses fez do ódio a Cuba e aos investimentos brasileiros naquele país um de seus principais lemas de campanha.
 
Em que pesem os inúmeros erros cometidos pelo governo da presidente Dilma Rousseff — que não podem nunca ser ignorados ou diminuídos mesmo por seus apoiadores — parece ficar cada vez mais claro que a oposição perdeu a recente eleição ao tentar impor ao Brasil uma realidade que, embora crítica, está aquém do terrorismo promovido por PSDB, DEM e outros.
 
Além de ignorarem o fato óbvio de que um país não pode se furtar a manter relações corretas com o maior número possível de parceiros, independentemente de seus respectivos vieses políticos, econômicos e ideológicos, as críticas que até hoje são feitas pelos oposicionistas envolvem-se numa mentalidade de Guerra Fria que as tornam não apenas anacrônicas, mas quase cômicas, ao desconsiderarem elementos fáticos.
 
Ironicamente, coube aos Estados Unidos expor parte dos equívocos cometidos pela oposição brasileira. Ao retomar o diálogo com os irmãos Castro, Obama evidencia que, em meio a um crescimento médio global de não mais que 2,8% ao ano, privar-se da ampliação de redes comerciais é tudo menos uma solução. Perde, assim, Aécio Neves com seu maniqueísmo ideológico e econômico, e ganham Dilma Rousseff e seu antecessor a partir das recentes investidas em território cubano.
 
Restam ainda quatro longos anos até a próxima eleição presidencial no Brasil, mas o pleito que definirá o sucessor de Barack Obama à frente dos Estados Unidos está logo ali em 2016. Durante esse período, talvez devam Aécio e seus liderados ficarem atentos aos movimentos de Marco Rubio e Ted Cruz, pois, a despeito das particularidades que separam as oposições americana e brasileira, muitas também são as similaridades que ajudam a explicar por que ambos os segmentos têm sido incapazes de fazer frente aos governos cada vez mais desgastados de seus respectivos países.
 
(*) Bacharel em Ciência Política pela Universidade de Brasília (UnB) e assessor legislativo da Queiroz Assessoria Parlamentar e Sindical.






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